 |
AMAZONAS
E ACRE ANUNCIAM A CRIAÇÃO
DE 10 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
(Ucs)
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2003
|
 |
O secretário
do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
do Amazonas, Virgílio Viana, e o governador
do Acre, Jorge Viana, formalizaram as medidas durante
o Congresso Mundial de Parques, que acontece de
8 a 17/9, em Durban, na África do Sul. A
ONG norte-americana Conservation International irá
repassar US$ 1 milhão para um fundo destinado
à implementação de todas as
Unidades de Conservação do Amazonas.
O Amazonas ganhou
seis novas UCs, que somam cerca de 3,8 milhões
de hectares - a Reserva de Desenvolvimento Sustentável
do Cujubim (2.450.381 hectares), a Reserva de Desenvolvimento
Sustentável do Piagaçu-Purus (1.008.167
hectares), a Reserva Extrativista do Catuá-Ipixuna
(216.874 hectares), o Parque Estadual Samaúma
(51 hectares), a Floresta Estadual do Rio Urubu
(45 mil hectares) e o Parque Estadual Cuieiras (55,8
mil hectares); as duas últimas ainda não
formalizadas oficialmente, pois são áreas
da Superintendência da Zona Franca de Manaus
(Suframa) que estão sendo doadas ao Estado
– leia mais sobre as novas UCs abaixo.
A medida foi anunciada pelo secretário do
Meio Ambiente do Estado, Virgílio Viana,
na quarta-feira (10/9), durante o Congresso Mundial
de Parques. “A busca de parcerias internacionais
em um encontro como o Congresso Mundial de Parques
tem uma importância estratégica para
obtermos recursos financeiros para promover a melhoria
da qualidade de vida dos moradores e a proteção
dessas áreas contra atividades predatórias”,
declarou Viana.
Alguns dias antes, Viana havia declarado à
imprensa que, apesar do papel chave na proteção
da biodiversidade e do valor do conhecimento tradicional,
as populações que habitam as áreas
protegidas e somam cerca de 103 mil extrativistas,
ribeirinhos e índios, além de 20 grupos
indígenas não contatados, são
pobres, com um Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) variando entre 0,4 e 0,6 - considerados
entre médio e baixo estágio de desenvolvimento
humano -, e devem ser melhor valorizadas.
Para a implementação de todas as UCs
do Amazonas, a ONG norte-americana Conservation
International (CI) anunciou a criação
de um fundo, para o qual será repassado inicialmente
US$ 1 milhão. No início deste ano,
a CI estabeleceu uma parceria com o governo do Estado
para viabilizar o estudo de criação
dessas áreas, o que envolveu o financiamento
de levantamentos biológicos e socioeconômicos
e consultas públicas à população
local, troca de experiências e de capacitação
técnica entre órgãos governamentais
e a ONG, entre outros itens. Além dos recursos
destinados ao fundo, a organização
norte-americana deverá disponibilizar US$
600 mil nos próximos dois anos exclusivamente
para as novas UCs, segundo José Maria Cardoso
da Silva, vice-presidente de Ciências da Conservation
International.
Cardoso afirmou que a intenção é
que, a longo prazo, o fundo atinja a cifra de US$
40 milhões, sendo que, para isso, o governo
do Amazonas estará buscando novos parceiros
internacionais e verificando a possibilidade de
implementar experiências no Estado como a
da Costa Rica, onde já existe um imposto
sobre os serviços ambientais prestados pelas
áreas protegidas.
O Amazonas possui atualmente 59.267.907 hectares
de área protegidas, somando as áreas
de UCs federais, estaduais e Terras Indígenas
-, o que corresponde a 37,56% do Estado.
Embasamento científico
para novas áreas prioritárias
Segundo a gerente
de gestão territorial do Instituto de Proteção
Ambiental do Amazonas (IPAAM), Christina Fisher,
para a definição de novas áreas
prioritárias para a criação
de Unidades de Conservação estaduais,
será realizado em outubro, paralelamente
à Conferência Estadual do Meio Ambiente,
um seminário com a comunidade científica,
ambientalistas, entre outros atores, quando serão
aprofundados os resultados da Avaliação
e Identificação de Ações
e Áreas Prioritárias para a Conservação,
Uso Sustentável e Repartição
de Benefícios da Biodiversidade na Amazônia
Brasileira realizado por um consórcio de
ONGs, entre as quais o Instituto Socioambiental
(ISA), a pedido do Ministério do Meio Ambiente.
Acre: novas UCs somam
mais de 1 milhão de hectares
Também durante
o Congresso Mundial de Parques, na quarta-feira,
o governador do Acre, Jorge Viana, recebeu do presidente
mundial da ONG World Wildlife Fund (WWF), Claude
Martin, o prêmio Um Presente para a Terra
- destinado a pessoas que se destacam por desenvolverem
trabalhos de preservação ambiental
e uso sustentável dos recursos florestais.
Na ocasião, o governador do Acre anunciou
a criação de quatro novas Unidades
de Conservação (UCs) no Estado - o
Parque Estadual do Chandless (695.303 hectares)
e o Complexo de Florestas Estaduais Rio Gregório
(482.824 mil hectares) – leia mais abaixo sobre
o parque.
Localizadas ao longo das principais estradas do
Acre, as novas UCs fazem parte de um mosaico de
áreas de conservação que estão
sendo criadas pelo Estado para conter desmatamentos,
projeto desenvolvido com recursos do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID) e em parceria com o WWF-Brasil.
Com as novas UCs, o total de áreas protegidas
no Acre passa a corresponder a 47,8% do Estado,
ou 7.825.035 hectares - 5.657.889 hectares de Unidades
de Conservação e 2.167.146 hectares
de Terras Indígenas -, segundo informações
do Instituto do Meio Ambiente do Acre (IMAC).
Fonte: Instituto Sócioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Cristiane Fontes