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BIOPIRATARIA
DÁ PREJUÍZO DE
US$ 1 BILHÃO POR ANO AO BRASIL
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Setembro de 2003
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A biopirataria movimenta
por ano no mundo cerca de US$ 60 bilhões,
o que faz dela a terceira atividade ilegal mais
lucrativa do planeta, atrás do tráfico
de armas e de drogas. O Brasil, que possui a maior
biodiversidade do planeta, perde cerca de US$ 1
bilhão por ano com o roubo de materiais genéticos,
sobretudo na Amazônia, conforme estimativa
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama).
O uso de plantas medicinais, ou fitoterápicas,
na assistência farmacêutica da população
ajudaria de um lado a resolver o problema da biopirataria
e, de outro, melhoraria a qualidade de vida de 80
milhões de brasileiros que não têm
acesso a medicamentos, conforme avalia o Ministério
da Saúde. Essa é uma das propostas
que mais estão agitando os debates na I Conferência
Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica,
que se realiza até amanhã, na Academia
de Tênis em Brasília.
O evento tem por objetivo buscar soluções
para melhorar o acesso dos brasileiros à
assistência farmacêutica. "O Brasil
precisa ter uma política adequada de pesquisa
e de ciência, além de tecnologia na
área de fitoterápicos para a integração
das plantas medicinais de uso popular. Essa é
uma questão de defesa da soberania do país
em medicamentos e também de luta contra a
biopirataria", afirmou a farmacêutica
e coordenadora geral da Conferência, Clair
Castilhos.
Para o Ministério da Saúde, a iniciativa
é importante para o Brasil. "Há
uma perspectiva de investimento em projetos de alguns
estados brasileiros para a implantação
de laboratórios farmacêuticos produtores
de fitoterápicos a partir de plantas medicinais
produzidas nos próprios estados", afirmou
o diretor de Assistência Farmacêutica
do Ministério da Saúde, Norberto Rech.
Das 500 indústrias farmacêuticas brasileiras,
134 produzem fitoterápicos. O setor movimenta
no Brasil US$ 400 milhões.
A conferência também discutiu a necessidade
de se regularizar o abastecimento de medicamentos
na rede pública de saúde. Uma das
soluções previstas é a implantação
das Farmácias Populares, programa que deverá
ser anunciado ainda este ano e que vai garantir
medicamentos mais baratos, especialmente à
população de baixa renda.
Uma das medidas para que isso aconteça é
a redução da carga tributária
dos medicamentos para disponibilizá-los a
preços baixos, afirmou Norberto Rech. O programa
prevê ainda ações de investimento
para a ampliação e qualificação
de serviços de assistência farmacêutica
no SUS e a produção de medicamentos
estratégicos nos laboratórios oficiais
que. Esse programa receberá investimentos
da ordem de R$ 36 milhões ainda este ano.
A questão da propaganda de medicamentos também
foi amplamente discutida. Foi aprovada uma proposta
consensual dos participantes no sentido de proibir,
de forma irrestrita, a de medicamentos, como ocorre
com cigarro e álcool. "Partimos do princípio
de que medicamentos devem ser utilizados mediantes
receita e que, portanto, não precisam de
propaganda", explicou Castilhos.
Fonte: Agência Brasil (www.radiobras.gov.br)/www.amazonia.org.br
Assessoria de imprensa