 |
ESPECIALISTAS
TENTAM SALVAR
ARARA-AZUL-DE-LEAR DA EXTINÇÃO
Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Setembro de 2003
|
 |
Nos dias 23 e 24
de setembro, os especialistas ligados ao Comitê
de Conservação e Manejo da Arara-Azul-de-Lear
se reúnem na Praia do Forte, a 70 km de Salvador,
na Bahia para discutir estratégias de conservação
de uma das aves mais ameaçadas de extinção
do mundo e que existe apenas no sertão baiano.
O comitê tem representantes do Ibama, da Fundação
Biodiversitas, da Fundação RioZoo,
da Sociedade Brasileira de Ornitologia, da Conservation
International e do Busch Gardens, da Flórida,
entre outros. As atividades de campo relacionadas
à conservação da espécie
funcionam sob a coordenação do Centro
Nacional de Pesquisa para a Conservação
das Aves Silvestres, Cemave/ Ibama.
De acordo com o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros
do Ibama, Rômulo Mello, entre as prioridades
a serem discutidas pelo comitê estão
o monitoramento das aves no habitat natural, a continuidade
da realização de censos populacionais
e os estudos sobre a biologia reprodutiva da espécie.
“O desafio para os pesquisadores é obter
dados sobre a produtividade dos ninhos”, acrescenta
Mello.
Segundo ele, programa de recuperação
da espécie em cativeiro é outro tema
que poderá ser redimensionado conforme as
avaliações que serão feitas
pelo comitê a partir dos dados dos mantenedores
que também participarão da reunião
na Praia do Forte.
Endêmica - A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus
leari) existe apenas na região do Raso da
Catarina, próximo aos municípios de
Jeremoabo, Canudos e Euclides da Cunha. A espécie
esteve próxima ao extermínio total
devido, principalmente, à captura ilegal
destinada ao tráfico internacional de animais
silvestres.
Por meio de ações de conservação
desenvolvidas nos últimos anos em parceria
com proprietários de terras da região
e outras instituições, o Ibama conseguiu
conter a situação e hoje a população
de araras-azuis-de-lear conta com cerca de 455 indivíduos,
conforme dados do censo realizado no final do primeiro
semestre deste ano.
Quarentenário e turismo ecológico
- Sob a coordenação do Cemave, já
está em fase de construção
na Praia do Forte, no litoral da Bahia, um quarentenário
que será dedicado exclusivamente ao trabalho
de conservação de araras-azuis-de-lear
e da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii). A obra
deverá estar concluída até
o segundo semestre deste ano.
Além do quarentenário, será
construído também no local um Centro
de Reprodução para estas araras, com
o intuito de aumentar a população
em cativeiro visando futuras reintroduções.
Outra atividade que o Cemave deverá desenvolver
a partir deste ano e que deverá ser discutida
também no âmbito do novo comitê
é o turismo de observação de
aves na região de ocorrência das araras-azuis-de-lear.
Devido à raridade e à beleza das aves,
elas são atração internacional.
Observadores de aves de todo o mundo querem ver
as aves em seu ambiente natural. Por isso, o Cemave
está organizando nos moldes técnicos
necessários expedições com
o objetivo de levar os interessados a conhecer mais
sobre a ecologia das araras. Além de ver
essas aves, os turistas também conhecerão
outras espécies de aves que ocorrem na região
que também representam um atrativo ambiental
importante para os observadores.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa