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MINISTRA
DÁ POSSE À
COMISSÃO NACIONAL DE BIODIVERSIDADE
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Setembro de 2003
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A ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, empossa amanhã (23)
a Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio),
já apontada por pesquisadores como marco
referencial para reunir governo e sociedade em defesa
da biodiversidade brasileira. Na mesma solenidade,
Marina Silva lançará o primeiro atlas
dos recifes de coral nas unidades de conservação
brasileiras e o mapa das áreas prioritárias
para conservação da nossa biodiversidade.
Denominado "Áreas prioritárias
para a conservação, utilização
sustentável e repartição de
benefícios da biodiversidade brasileira",
o mapa a ser lançado amanhã delimita
900 áreas prioritárias. Para auxiliar
nas tomadas de decisão, estas áreas
foram classificadas em três segmentos: extrema
importância, muito alta importância
e alta importância. Há ainda a indicação
de áreas insuficientemente conhecidas e que
exigem estudos para indicação de seu
grau de prioridade.
Foram mapeadas 385 áreas na Amazônia,
182 na Mata Atlântica, 164 na zona costeira
e marinha, 82 áreas na Caatinga e 87 áreas
nos biomas Cerrado e Pantanal. Entre as recomendações
propostas no novo mapa estão integração
entre os ministérios para identificação
de interfaces nos temas relacionados a políticas
ambientais, fundiárias, agrícolas,
de energia, águas, educação
e saúde, baseada na capacitação
dos municípios como agentes executores. Sugere
ainda implementação da política
de educação ambiental e geração
e difusão de informações, entre
outras.
Marco de referência para a tomada de decisão
em termos de conservação e uso sustentável,
os resultados das avaliações por bioma
contidos nesses mapas subsidiarão políticas
e ações dos governos federal, estaduais
e das instituições não governamentais.
Essas avaliações são importantes
a todos os segmentos que lidam com o conhecimento,
conservação, uso sustentável
da biodiversidade e repartição de
benefícios advindos de sua utilização.
O atlas dos recifes de coral- que será também
lançado amanhã- tem o objetivo de
divulgar a importância do ambiente recifal
brasileiro. O atlas inclui mapas temáticos
com as principais feições dos recifes
das nove áreas de conservação
existentes nesses ambientes, abrangendo unidades
federais e estaduais . O atlas tem 179 páginas
e apresenta 39 mapas temáticos.
O Brasil detém os únicos ambientes
recifais de todo o atlântico sul. Eles se
estendem pela costa nordestina ao longo de três
mil quilômetros, constituindo-se em importante
fonte de alimentos, potencial turístico e
geração de renda, além de servirem
de proteção a diversas praias da região.
- Sua magnífica beleza cênica vem despertando
cada vez a atenção de especialistas
em todo o mundo- disse a ministra Marina Silva.
Ela destacou que, paralelo a isso, a fragilidade
dos ambientes recifais exige que se estabeleçam
estratégias de conservação
capazes de assegurar a diversidade biológica
marinha.
Os recifes de coral se constituem nas maiores reservas
de biodiversidade dos mares. "De enorme importância
ecológica, social e econômica, os recifes
podem ser comparados com as florestas tropicais
na costa ou no interior do continente", prosseguiu
a ministra.
Conabio
Instituída
através de decreto em maio passado, a Comissão
Nacional da Biodiversidade (Conabio) tem o objetivo
de atender aos princípios da Convenção
da Diversidade Biológica, incluindo o conhecimento,
a conservação e o uso sustentável
da biodiversidade, com a repartição
justa e eqüitativa dos benefícios provenientes
do uso dessa biodiversidade.
Coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente,
a Conabio é composta por oito representantes
do governo federal, e oito instituições
não governamentais. Entre suas atribuições,
estão a criação de programas
e projetos para implementação da Política
Nacional da Biodiversidade, incentivo às
pesquisas e estímulo à capacitação
de recursos humanos.
O Brasil tem uma grande responsabilidade para com
sua população e para com o mundo por
ser o detentor da maior biodiversidade do planeta,
com 10 a 20% das espécies descritas no mundo.
Entre 1998 e 2000, o Ministério do Meio Ambiente
apoiou um processo de ampla consulta aos especialistas,
os chamados "Seminários de avaliação
dos biomas brasileiros". Coordenados por um
grupo de acadêmicos e organizações
não-governamentais, foram enfocados os principais
biomas brasileiros: Pantanal e Cerrado, Caatinga,
Zona Costeira e Marinha, Amazônia e Mata Atlântica
e Campos Sulinos. Essas avaliações
contaram com a participação de representantes
do setor acadêmico, de organizações
não-governamentais e de gestores governamentais,
envolvendo, em média, a participação
de cerca de 200 pessoas em cada reunião.
Isso resultou na indicação das 900
áreas prioritárias para a conservação
e o uso sustentável da biodiversidade brasileira.
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa