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MOGNO É
PROTEGIDO PELO GOVERNO LULA
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2003
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De acordo
com o decreto presidencial, exploração
da madeira terá de garantir preservação
O presidente Lula
anunciou no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho)
a primeira grande medida de seu governo na área
ambiental. Ele assinou decreto que determina que
a exploração do mogno, suspensa desde
outubro de 2001, seja baseada em Planos de Manejo
Florestal Sustentável (PMFS) adequados ao
Anexo 2 da Cites, Convenção da ONU
que regulamenta o comércio internacional
de espécies ameaçadas de extinção.
O Anexo 2 determina que o mogno só seja explorado
de forma a não ameaçar a sobrevivência
da espécie, o que deverá ser atestado
por uma autoridade científica.
O decreto de Lula também proíbe por
cinco anos o corte de mogno em áreas de desmatamento.
A Estratégia do governo é impedir
que a madeira com essa origem seja usada para “legalizar”
a madeira ilegal, ou que exista um duplo padrão
– um controlado pela Cites, para exportação,
e outro destinado ao mercado interno, de origem
predatória.
Lula também assinou um termo de doação
de mogno ilegal apreendido elo Ibama e afirmou que,
de agora em diante, todo carregamento ilegal da
espécie será destinado a organizações
sociais e ambientais das áreas afetadas pela
exploração predatória. Os recursos
da venda da madeira deverão ser destinados
, em parte, a um fundo para financiar projetos sociais
e de manejo sustentável. A outra parte deverá
ser destinada ao Ibama.
Em julho, a FASE (Federação de Órgãos
para Assistência Social e Educacional) recebeu,
em Altamira (PA), a primeira doação
de mogno ilegal. Cerca de 6 mil toras de madeira,
avaliadas em R$ 7,5 milhões, serão
serradas pela madeireira certificada Cikel.
Mogno devolvido
No dia 4 de julho,
o Ibama aprendeu no Porto de Paranaguá (PR)
mais de 45 mil m² de mogno ilegal laminado,
avaliado em R$ 290 mil. É a primeira vez
que um carregamento de mogno ilegal foi devolvido
ao país. A empresa Laminort, de Curitiba
(PR), que havia exportado a madeira para os EUA,
foi multada em mais de R$ 16 mil por venda e exportação
sem autorização do Ibama.
A exportação do mogno havia sido amparada
por uma liminar judicial no ano passado. Porém,
foi apreendido no porto de Norfolk (Estado da Virgínia)
a pedido das autoridades brasileiras. Os importantes
travaram uma batalha judicial em Washington pela
liberação da carga, mas em abril a
Justiça dos EUA determinou a devolução
do mogno ao Brasil.
Floresta
abaixo
A taxa anual de desmatamento
na Amazônia Legal estimada para agosto de
2001 a agosto de 2002 atingiu o inaceitável
índice de 25,5 mil km² - o equivalente
a 5,1 milhões de campos de futebol. De acordo
com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais),
o número é o segundo maior da história,
e representa um aumento de 40% em relação
ao período anterior.
Parte da explicação para esse crescimento
está no boom do gado, da soja e do arroz,
que se expandem em direção ao coração
da Amazônia. A competitividade da madeira
ilegal, a falta de crédito para manejo sustentável
dos recursos florestais e a crônica incapacidade
de atuação de órgãos
governamentais, como o Ibama, também pesam
nessa conta.
Um quarto do desmatamento total da Amazônia
foi levado a cabo durante o governo FHC. Os mais
de 157 mil km² de floresta destruídos
nos últimos oito anos são um triste
legado para a gestão de Lula, que só
poderá avaliar o tamanho do estrago quando
computar os dados de desmatamento no segundo semestre
de 2002 – época em que são feitas
as queimadas e o preparo do solo para a agricultura
e pastagem. O governo Lula deve adotar um plano
nacional de combate ao desmatamento e optar definitivamente
pela sustentabilidade econômico-ambiental.
Fonte: Diário de Bordo
- Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa