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PESQUISA
DO PEIXE-BOI DA AMAZÔNIA
PODE GARANTIR SOBREVIVÊNCIA DA ESPÉCIE
NA REGIÃO
Panorama Ambiental
Nazaré Paulista (SP) – Brasil
Setembro de 2003
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Projeto
Peixe-Boi, do IPÊ, inclui estudos para futuro
plano de manejo da espécie e educação
ambiental da população para a conservação
deste mamífero ameaçado de extinção
O IPÊ - Instituto
de Pesquisas Ecológicas, dá início
à fase inicial do Projeto Peixe-Boi, na Estação
Ecológica de Anavilhanas, no Amazonas. O
projeto consiste, inicialmente, em realizar importantes
pesquisas sobre essa espécie, que se encontra
ameaçada de extinção segundo
última listagem do IBAMA (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais renováveis).
As pesquisas traçarão um perfil de
como se encontra o atual estado da espécie
na região, em longo prazo.
Pouco se sabe sobre a ecologia populacional do peixe-boi
amazônico em vida livre no Rio Negro devido
à sua natureza tímida e por habitar
águas escuras, o que dificulta sua visualização
na natureza. A maioria das informações
disponíveis sobre o comportamento da espécie
é baseada nos estudos dos animais em cativeiro.
O objetivo do projeto inicialmente é, portanto,
analisá-lo em vida livre, observando os locais
de maior ocorrência e suas rotas na ESEC de
Anavilhanas.
"Numa outra fase, faremos a captura de alguns
animais para colocarmos rádios em suas caudas.
Os rádios nos permitirão rastrear
os peixes-boi por todo seu hábitat, a fim
de avaliarmos o estado de conservação
da área para a sobrevivência do animal,
como aspectos sanitários e a sua cadeia alimentar.
Tudo isso será importante para que possamos
- junto com outras instituições que
também desenvolvem pesquisas com o peixe-boi
amazônico (INPA, Manaus/Energia - Vila Balbina),
elaborar um plano de manejo para a conservação
da espécie na região. O IPÊ
vem somar esforços para, futuramente, garantir
a sobrevivência do peixe-boi na região",
explica a bióloga Clarice Bassi, pesquisadora
do IPÊ.
Paralelamente ao desenvolvimento das pesquisas,
o projeto continuará com as atividades de
educação ambiental com as comunidades
ribeirinhas, iniciadas pelo IPÊ em 2001. O
objetivo é conscientizar a população
que vive no entorno da ESEC de Anavilhanas (e caça
ilegalmente o animal para utilizar sua carne e couro)
sobre as causas da extinção da espécie
(caça e degradação do meio
ambiente) e a importância do peixe-boi para
a biodiversidade brasileira.
"Daremos continuidade ao trabalho de educação
ambiental, com palestras e reuniões nas escolas
locais. Acredito que atingindo as crianças
e os jovens, podemos ter um resultado mais efetivo
para a diminuição da caça do
peixe-boi. Assim como nos outros projetos que o
IPÊ realiza em outras regiões do Brasil,
o envolvimento comunitário é a base
para obtermos resultados positivos com o projeto",
afirma Clarice.
O Projeto Peixe-Boi tem como parceiros IBAMA e Wildlife
Trust, e Beneficia Fundation e Liz Claibourne Foundation
como financiadores.
Sobre o IPÊ
O IPÊ acredita
que o ser humano tem dever ético com a biodiversidade.
Por isso, com educação, ciência
e negócios sustentáveis, promove a
conservação dos recursos socioambientais
do Brasil.
O IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas
é a terceira maior Organização
Não-Governamental de proteção
ao meio ambiente no Brasil e trabalha há
11 anos na conservação da biodiversidade.
O instituto desenvolve cerca de 30 projetos integrados
de conservação e desenvolvimento socioambiental,
em cinco regiões do Brasil: Parque Nacional
do Superagüi (Paraná), Pontal do Paranapanema
e Nazaré Paulista (São Paulo), Estação
Ecológica de Anavilhanas (Amazonas) e Serra
dos Órgãos (Rio de Janeiro). Nessas
regiões, o IPÊ atua em bases científicas:
pesquisas, formação de profissionais
e educação ambiental, fatores que
ampliam a responsabilidade socioambiental de comunidades,
empresários e formadores de opinião.
Em todos os trabalhos
desenvolvidos, a organização tem adotado
a educação ambiental, com abordagens
inovadoras e participativas, buscando harmonizar
as relações entre seres humanos e
natureza, além de trabalhar a ecologia de
espécies ameaçadas de extinção,
a restauração de habitats, o extensionismo
rural, o ecoturismo com base comunitária
e a geração de renda por meio de práticas
sustentáveis.
Mais de 60 profissionais trabalham atualmente no
instituto. Eles são, na verdade, o grande
capital da instituição, que, ciente
do potencial transformador de sua equipe, incentiva
e investe permanentemente em capacitação,
de forma que atualmente conta com um quadro de profissionais
com os seguintes níveis de formação:
12 mestres, 04 mestrandos, 04 doutores e 07 doutorandos.
Além disso, investe em estagiários,
que muitas vezes acabam fazendo parte da equipe,
assim que terminam a graduação.
Os trabalhos desenvolvidos pelo IPÊ têm
obtido resultados expressivos, fato reconhecido
pelo número de prêmios recebidos nos
últimos anos. Entre eles, o Withley Gold
Award, prêmio internacional, considerado o
Oscar por trabalhos de conservação
do Meio Ambiente. Em 2003, o instituto foi um dos
vencedores do Prêmio Bem Eficiente, que premia
as 50 entidades mais bem administradas do país.
CBBC
Na sua sede, em Nazaré
Paulista, interior de São Paulo, o IPÊ
mantém o Centro Brasileiro de Biologia da
Conservação - CBBC, um ambiente interdisciplinar
que capacita os pesquisadores da instituição
a buscar alternativas para a sustentabilidade sócio-ambiental,
além de tentar, sempre que possível,
influenciar políticas públicas pertinentes.
O CBBC é pioneiro em diversos cursos, como
o de Biologia da Conservação, e já
capacitou mais de 490 alunos, de diversos segmentos
da sociedade, interessados em conservação
ambiental e desenvolvimento sustentado.
9º Congresso
Florestal abre espaço para o trabalho em
unidades de conservação (12/09/2003)
Encerram-se na tarde desta sexta-feira (12/9) as
palestras do 9º Congresso Florestal do Rio
Grande do Sul que está ocorrendo em Nova
Prata desde o dia 10, com a participação
de cerca de 400 técnicos, professores e universitários
de áreas afins. Amanhã, sábado,
estão programadas visitas opcionais à
Floresta Municipal, Parque das Águas Termais
e à Fazenda Tupi.
No espaço das Palestras Temáticas,
a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), através
do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas
(Defap), atraiu em torno de 80 pessoas em cada uma
das explanações, ultrapassando a capacidade
da sala. Foram apresentados o Sistema Integrado
de Gestão Ambiental – SIGA/RS, o Programa
Pró-Guaíba, os projetos Mata Atlântica-KfW
e Restauração de Mata Ciliar, o Sistema
de Unidades de Conservação e o funcionamento
dos parques estaduais Delta do Jacuí, Itapuã,
Espigão Alto e Espinilho, das Reservas Biológicas
da Serra Geral, São Donato e Ibirapuitã
e do Refúgio de Vidas Silvestres Banhado
dos Pachecos. Também foram feitas explanações,
seguidas de questionamentos, a respeito do licenciamento,
cadastro e legislação florestais e
julgamento de infrações florestais
e Termo de Compromisso Ambiental, além da
Lista das Espécies da Flora Ameaçadas
de Extinção.
banners de algumas
Unidades de Conservação do Estado
emolduraram o saguão do evento e folders
da Sema tiveram bastante saída.
O tema do Congresso
“Floresta: função social” foi visto
como oportuno pelo diretor do Defap, Antônio
Souza. “A área ambiental exige multidisciplinaridade
e o evento que tinha o foco centrado no setor produtivo
agora está abordando a floresta com todos
os seus benefícios, ou seja, a produção,
a preservação, o lazer e o turismo”,
destaca Souza.
A chefe da Divisão de Unidades de Conservação
(DUC) do Defap, Margô Guadalupe, afirma que
a abertura de espaço para a apresentação
do trabalho em parques e reservas é uma inovação
do Congresso e comprova a função das
florestas no contexto social. “As unidades de conservação
são florestas protegidas”, enfatiza Margô.
O diretor do Defap explica que a Organização
das Nações Unidas (ONU) define que
o município que tem de 20 a 25% de cobertura
florestal atende as premissas de melhoria da qualidade
ambiental.
Para o Agente Florestal Regional da Sema em Nova
Prata e integrante da organização
do evento, Carlos Costela, a cada edição
o Congresso tem mostrado evolução
na qualidade das palestras e dos trabalhos técnicos
apresentados. Ele constata, ainda, que o Rio Grande
do Sul aumenta cada vez mais a sua consciência
sobre a importância das florestas na preservação
do equilíbrio ambiental. “O homem não
vive sem as florestas, mas as florestas vivem sem
o homem”, alerta Costela.
O Congresso Florestal acontece desde 1968 e nos
últimos tempos tem sido realizado a cada
três anos. O secretário estadual do
Meio Ambiente, José Alberto Wenzel, participou
da abertura na quarta-feira (10) à noite.
Fonte: (www.amazonia.org.br)
IPE – Instituto de Pesquisas Ecológicas (www.ipe.org.br)
Nielmar de Oliveira