Panorama
 
 
 

WWF-BRASIL INVESTE R$ 240 MIL
EM PESQUISA DE PECUÁRIA ORGÂNICA NO PANTANAL

Panorama Ambiental
Corumbá (MS) – Brasil
Setembro de 2003

O desenvolvimento econômico de forma sustentável acaba de ganhar um reforço significativo no Pantanal. O WWF-Brasil e a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) firmaram um protocolo de pesquisa para a identificação, até o final de 2004, da melhor alternativa de produção da pecuária orgânica de corte certificada na região do Pantanal.
O objetivo geral da pesquisa é fomentar a adoção da pecuária de corte orgânica certificada no Brasil. Pelo protocolo, na Bacia do Alto Paraguai, o WWF-Brasil está investindo R$ 240 mil na avaliação de alternativas de terminação (processo de manutenção e preparação para o abate) do bezerro orgânico do Pantanal. “O que pretendemos é buscar uma matriz de produção que maximize a rentabilidade dos pecuaristas, obedecendo as normas do manejo orgânico certificado, reduzindo o impacto da atividade no Pantanal e contribuindo para a conservação dos recursos naturais”, explica a coordenadora do Programa Pantanal para Sempre do WWF-Brasil, Bernadete Lange.
Para o presidente da ABPO, Homero Figliolini, a parceria com o WWF é um passo fundamental no desenvolvimento da pecuária orgânica. “Antes de tudo, é uma demonstração clara de que os ambientalistas não estão contra o desenvolvimento econômico da região. O melhor é saber que há uma preocupação com a sustentabilidade do ecossistema e também de uma atividade econômica de baixo impacto, que gera produtos de maior valor agregado em relação ao processo tradicional”, afirma.
A parceria entre o WWF-Brasil e a ABPO será um dos temas de palestra de Figliolini na conferência Biofach Brasil, que ocorre no próximo dias 25, no Hotel Glória, no Rio de Janeiro. A Biofach é uma feira alemã que, desde 1999, ocorre anualmente na cidade de Nuremberg e é tida como a principal feira internacional do mercado orgânico.
Na avaliação do presidente da ABPO o Pantanal é uma das regiões brasileiras que mais tem vocação para a produção de pecuária orgânica certificada. “O modo de criação do gado pantaneiro já contempla muitas das exigências para a produção orgânica de carne bovina pelas entidades certificadoras. A adaptação é pequena”, declara. O rebanho bovino no Pantanal é estimado em 8 milhões de cabeças.
O WWF apóia o modo de produção orgânico na pecuária porque ele trabalha com elevados níveis de respeito ao bem-estar animal e ao ambiente. A pecuária orgânica proíbe o uso sistemático e indiscriminado de drogas químicas sintéticas como promotores de crescimento, hormônios, medicamentos veterinários ou outros aditivos químicos sintéticos. Nesta modalidade de criação, no mínimo 90% da dieta alimentar deve ser de origem orgânica e são proibidos o uso de fertilizantes químicos ou agrotóxicos nas pastagens. Nos processos de certificação, é desestimulado o uso de pastagens não nativas. Além disso, o abate dos animais deve ser feito de acordo com as normas do chamado abate humanitário.
Do ponto de vista econômico, uma das vantagens para o pecuarista em adotar o modo de produção orgânico é o pagamento, pelo comprador, de um prêmio sobre os animais vendidos em relação ao boi tradicional. De acordo com a equipe de pecuária orgânica da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, a estimativa é que o mercado potencial de carne orgânica bovina no Brasil, caso houvesse oferta suficiente, representaria cerca de 10% de todo o mercado de carne bovina, o equivalente a 794 mil toneladas (10% de 7,944 milhões de toneladas totais comercializadas "Mercado Interno + Importação + Exportação"). Provavelmente esta produção seria destinada tão somente a exportação, alcançando nichos específicos de mercado que estão dispostos a pagar por um produto tão diferenciado.

Etapas

Serão utilizadas como bases para a pesquisa duas fazendas no Mato Grosso do Sul: a Eldorado, no município de Corumbá, e a Fazenda Cristo, no município de Miranda. A pesquisa de identificação da matriz de pecuária orgânica no Pantanal é composta pelo teste de três diferentes alternativas: a venda de vitelos, a terminação no pantanal e a terminação fora do pantanal.
Para toda a pesquisa serão trabalhados 350 animais. Em todas as atividades serão aferidos índices de produtividade e de rentabilidade. Serão verificados o ganho médio diário de peso, perdas no transporte e rendimento na carcaça, além da rentabilidade bruta, da rentabilidade líquida e avaliado o prêmio pago sobre o bezerro tradicional.
Na venda de vitelos – bezerros recém-desmamados, com aproximadamente 200 kg de peso vivo cada, mas já conformados – será procedida a comercialização da chamada “cabeceira”, o equivalente a aproximadamente 100 cabeças. “Faremos a avaliação das carcaças e das perdas no transporte. Os bezerros terão identificação individual e serão pesados na saída da Fazenda Eldorado”, explica Figliolini, que coordenará diretamente a execução da pesquisa.
No caso da terminação no pantanal, os bezerros após o desmame serão pesados e introduzidos em um manejo rotacional em pastos nativos diferidos na Fazenda Eldorado. Também terão administração de ração, de média ingestão, com a composição e volume diários dentro dos padrões recomendados e autorizados pela empresa certificadora. “Estimamos que estes vitelos, depois de cinco meses de tratamento, estejam prontos para o abate com aproximadamente 210 kg”, diz o coordenador da pesquisa.
Para a terminação fora do pantanal tentará se trabalhar o conceito de “vitelões”, já usual em mercados europeus como o da Itália. Os bezerros após o desmame serão pesados e enviados para o Retiro Morro Azul, na Fazenda Cristo, situada na região da Serra da Bodoquena, município de Corumbá . A fazenda é composta com pastos de brachiarão e os bezerros terão, também, administração de ração produzida segundo os padrões permitidos pela entidade certificadora. A perspectiva é que após quatro ou cinco meses de tratamento, os bezerros cheguem a 255 kg, prontos para o abate.


Fonte: WWF (www.wwf.org.br)
Rogério Dy la Fuente (Assessoria de Comunicação)

 
 
 
 

 

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