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COLÔMBIA
CANCELA PLANOS DE FUMIGAR OS PARQUES DA
AMAZÔNIA
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Abril de 2004
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O governo colombiano
anunciou na semana passada o cancelamento das fumigações
com o herbicida glifosato nos parques nacionais
do país. A ação teria como
objetivo erradicar as plantações ilegais,
principalmente de coca, na Amazônia colombiana.
O governo estuda agora a possibilidade de erradicação
manual das plantações ilegais e busca
o apoio da cooperação internacional
para seu financiamento.
Apesar de autorizados pelo Conselho Nacional de
Entorpecentes há oito meses, os planos de
fumigação enfrentaram a reação
negativa de grupos ambientalistas e levaram à
criação do Grupo pela Defesa dos Parques
Nacionais da Colômbia e à realização
de protestos no centro de Bogotá.
Segundo a organização não-governamental
Amigos da Terra Colômbia, o plano poderia
alcançar 28 das 47 reservas naturais do país
- áreas de proteção e conservação
da biodiversidade colombiana e responsável
pelo fornecimento de água potável
para grande parte da população. Além
disso, os parques nacionais abrigam cerca de 800.000
colombianos em comunidades tradicionais indígenas,
negras e de colonos.
Em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo, a
ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Territorial,
Sandra Suárez, declarou que o governo estuda
alternativas às fumigações
e não permitirá a destruição
da diversidade ecológica ou a transformação
dos parques em "santuários da ilegalidade".
Segundo ela, as plantações ilegais
representam uma ameaça real à conservação
dos parques.
A possibilidade de fumigações, entretanto,
parece não ter sido totalmente descartada.
"Primeiro ensaiaremos outras alternativas.
Caso nenhuma das alternativas previstas - como a
erradicação manual ou os programas
comunitários - funcionar; caso seja necessário
e a pedido do Conselho Nacional de Entorpecentes,
o governo terá que avaliar as outras alternativas",
afirmou a ministra ao periódico.
Segundo estimativas oficiais as plantações
de coca nos parques nacionais ocupam uma área
de cerca de 6.000 hectares e representam pouco mais
de um décimo da área de cultivo de
coca e papoula do país.
Fonte: Amazônia ORG (www.amazonia.org.br)
Assessoria de imprensa (Daniela Kawakami)