cavernas,
encaminhando a elaboração de
um Plano de Manejo Espeleológico. Também
participam do evento o presidente do Ibama,
Marcus Barros, e o gerente do Centro Nacional
de Estudo, Proteção e Manejo
de Cavernas (Cecav) do órgão
ambiental, Ricardo Marra.
Um primeiro Plano de Manejo foi implantado
nas grutas do Lago Azul, a caverna mais visitada
do país, e Nossa Senhora Aparecida,
em 1984. A partir da metodologia desenvolvida
pelo Cecav, o plano recebeu o Prêmio
Rodrigo Melo Franco de Andrade 2002, do Iphan,
na categoria Proteção do Patrimônio
Natural e Arqueológico. Com o objetivo
de levar infra-estrutura e ordenar a visitação
às grutas, o plano foi executado pelo
Centro em parceria com a Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul, Iphan, Secretaria de
Meio Ambiente e Turismo do Estado e Prefeitura
de Bonito.
Proteção
às cavernas
Em sintonia com a necessidade de regulamentação
do uso das cavidades naturais subterrâneas
brasileiras, o Conama (Conselho Nacional do
Meio Ambiente) aprovou nova resolução
para disciplinar as várias atividades
que podem ser desenvolvidas em cavernas, grutas,
lapas, furnas e afins. O Brasil tem mais de
3,6 mil cavernas registradas, concentradas
em Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, São
Paulo e Goiás.
A resolução aprovada pelo Conama
institui o Cadastro Nacional de Informações
Espeleológicas (Canie) e define que
atividades turísticas, religiosas ou
culturais poderão ocorrer somente com
um Plano de Manejo Espeleológico. Empreendimentos
já existentes têm sessenta dias
para sua regularização. A pesquisa
científica e a exploração
espeleológica dependem agora de autorização
do Ibama ou de órgão ambiental
ligado ao Sisnama (Sistema Nacional do Meio
Ambiente). "A resolução
fortalece o Programa Nacional de Proteção
ao Patrimônio Espeleológico,
pois deixa clara a necessidade de mais estudos,
de mecanismos de proteção e
a implementação de planos de
manejo", disse o geógrafo Ricardo
Marra, gerente do Cecav desde a sua fundação,
em 1997.
O Canie estará ligado ao Sinima (Sistema
Nacional de Informações Ambientais)
e irá concentrar dados sobre o patrimônio
espeleológico nacional. Sua implementação
deverá estar completa em 180 dias.
O sistema receberá informações
do Ibama, de universidades e centros de pesquisa.
Na base de dados, estarão disponíveis
informações não apenas
de caráter quantitativo, mas também
sobre biodiversidade, área de influência,
beleza cênica, servindo de subsídio
para elaboração de Planos de
Manejo e pesquisas científicas, por
exemplo.
A maior caverna brasileira conhecida é
a Toca da Boa Vista (BA), com quase cem quilômetros
de extensão, e a de maior importância
arqueológica é a do Parque Nacional
Cavernas do Peruaçú (MG). Uma
série de parques nacionais abriga cavernas,
como os Ubajara (CE), Chapada Diamantina (BA),
Chapada dos Guimarães (MT). O Centro-Oeste
também tem um patrimônio espeleológico
diversificado, merecendo atenção
as cavernas do Parque Estadual de Terra Ronca
(GO), a Gruta dos Ecos, o Buraco das Araras
e o Buraco do Inferno, nas proximidades de
Brasília (DF).
Importância
das cavernas
1. Em muitos casos, armazenam
água, sendo úteis na recarga
de aqüíferos, rios subterrâneos
e lençóis freáticos,
garantindo o abastecimento de populações
;
2. Guardam informações geológicas
e sítios arqueológicos;
3. Protegem minerais raros ou formações
de grande beleza cênica;
4. Abrigam espécies animais ou vegetais
únicas, e inclusive ameaçadas
de extinção;
5. Podem ser usadas para turismo, lazer, esportes
e fins religiosos, além de pesquisas
científicas, gerando empregos e renda
e conhecimento. |