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PESQUISA COMPROVA O VALOR MEDICINAL E NUTRICIONAL DE ESPÉCIES AMAZÔNICAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004

O valor medicinal e nutricional de duas espécies florestais da região amazônica foi comprovado em um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O Projeto Dendrogene, uma parceria da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) com o Departamento para o Desenvolvimento do Governo Britânico, apresentou os resultados de um trabalho inédito que avaliou o valor medicinal e nutricional do óleo de piquiá e do leite do amapá-doce, dois produtos retirados de árvores com valor madeireiro e utilizados como alimento e no tratamento de doenças em diversas regiões da Amazônia. O trabalho fez parte da dissertação de mestrado da pesquisadora Sílvia Galuppo, ligada ao Projeto.
O estudo foi iniciado em 2002, com o objetivo de testar o efeito medicinal dos dois produtos de acordo com o uso recomendado por uma comunidade tradicional. A pesquisadora esteve durante quatro meses na comunidade Piquiatuba, localizada na Floresta Nacional do Tapajós, oeste do Pará, identificando a forma de exploração e os usos mais comuns do óleo de piquiá e do leite do amapá-doce. Ambos produtos são usados na alimentação da comunidade, mas aplicados no tratamento de diferentes doenças. O óleo de piquiá, retirado do fruto, é tradicionalmente usado para aliviar dores musculares e reumatismo, enquanto que o leite do amapá-doce, um tipo de látex retirado do tronco da árvore, é aplicado no tratamento de doenças respiratórias, como asma e bronquite.
A próxima etapa foi realizada nos laboratórios de agroindústria da Embrapa, e de farmácia e de química de alimentos da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde os produtos passaram por testes químicos, físicos, fitoquímicos e farmacológicos. Segundo Sílvia Galuppo, a presença de compostos orgânicos, como esteróides, triterpenóides e outros, caracterizaram o óleo de piquiá e o leite de amapá como fitoterápicos, isto é, medicamentos com componentes terapêuticos derivados exclusivamente de plantas.
Os testes fitoquímicos e farmacológicos com ratos comprovaram finalmente a ação antiinflamatória e analgésica do óleo de piquiá, e ação antiinflamatória do leite do amapá-doce, mostrando, de acordo com a pesquisadora, a importância do conhecimento tradicional para potencializar o uso das e espécies amazônicas no tratamento de doenças. Quanto ao teste nutricional, o leite do amapá-doce apresentou inclusive maior quantidade de sais minerais (magnésio, cálcio, etc.) e proteínas do que os leites de soja e de vaca. Para cada 100g, foram encontrados 120mg de cálcio, 70mg de fósforo, 60 mg de magnésio e até 7,13% de proteínas totais, valores bastante próximos ao que é recomendado na alimentação diária.
A pesquisadora explicou que, a partir da descrição farmacológica realizada no seu trabalho, a comunidade já poderá inclusive regularizar a comercialização destes produtos junto ao Departamento de Vigilância Sanitária, ligada ao Ministério da Saúde. O problema, segundo ela, é a dificuldade de conservação das duas essências, principalmente do leite do amapá-doce, que necessita de refrigeração quando a maioria das comunidades produtoras não dispõem de energia elétrica.
Galuppo enfatiza os cuidados necessários com o manejo das árvores para a obtenção de produtos medicinais, especialmente em relação ao leite do amapá-doce, que é obtido através de cortes no tronco das árvores. A preocupação é que o excesso e a profundidade dos cortes prejudiquem a produção de leite da árvore, tornando-a fraca e comprometendo sua conservação no local. Segundo os professores que avaliaram o trabalho, este estudo contribuirá principalmente para incentivar o uso de outros produtos florestais além da madeira, reduzindo as pressões sobre a floresta.

Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Romy Sato

 
 
 
 

 

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