vive na
bacia amazônica). "Ele foi encontrado
machucado com sinais de mordida de boto e
uma marca onde possivelmente teria sido amarrado.
Quando chegou fizemos uma assepsia geral e
uma esfoliação com bucha vegetal
e anti-sépticos, para evitar alguma
infecção", comenta o médico.
Ele disse que o sargento Saulo, do Batalhão
Ambiental (AP), relatou o resgate informando
que durante uma patrulha de rotina na região
pescadores avisaram aos policias que os botos
estavam atacando um peixe-boi. Ao averiguarem
o fato eles encontraram o filhote que foi
recolhido e colocado em um pequeno cercado
para ser encaminhado ao Ibama, em Macapá.
Por falta de um centro de recuperação
de animais no estado o peixe-boi foi transferido
para a RPPN, onde, após uma avaliação
feita por um médico veterinário,
está sendo mantido em uma banheira.
O proprietário da Reserva - onde vivem
outros animais encaminhados pelo Ibama - informou
que o filhote está com boa saúde
e, apesar de ter chegado ao local com dores
devido as mordidas dos botos, já está
bem. "Ele está sendo alimentado
com uma mistura láctea estabelecida
pelo pesquisador Z. M. Chacon, do Instituto
de Pesquisas da Amazônia (Inpa), polivitaminas,
gramíneas, alface e capim. Mama de
30 a 40 mililitros de hora em hora, o que
dá pouco mais de um litro por dia",
explica Paulo Amorim.
Segundo o médico o filhote poderá
ficar na banheira por mais 15 a 20 dias, quando
então, caso não seja transferido
pelo Ibama, ganhará uma acomodação
melhor na Reserva, "podendo, inclusive,
ser acolhido permanentemente".
O Núcleo de Fauna do Ibama em Macapá
informou que já foram realizados os
contatos com o CMA, para a transferência
do filhote para Santarém, o que deverá
acontecer por via aérea.
A RPPN - A Reserva Particular do Patrimônio
Natural - Revecon, em Macapá, foi decretada
em 1996. Está localizada na margem
do rio Amazonas e possui 17 hectares. Em seu
interior existe uma micro bacia completa,
a do Igarapé Mangueirinha.
Ela vem sendo utilizada como centro de recuperação
de animais silvestres e possui uma pequena
fauna. No local podem ser vistos antas, caititus,
quatis, lontras, onça pintada, araras,
cachorro do mato, tartarugas do Amazonas,
passeriformes como araponga do nordeste, corrupião,
cardeais, sabias e outros.
O proprietário da Reserva informou
que utiliza o local para triagem e recuperação
de animais silvestres que, quando em condições,
são posteriormente soltos, e para educação
ambiental. Ele conta que recebe muitas turmas
de estudantes. Durante a visita na Reserva
ele vai explicando o meio ambiente para os
alunos e muitos deles se surpreendem de encontrar
tão próximo os animais da fauna
silvestre. "O sonho da causa ambiental
tem que ser plantado na cabeça do jovem",
afirma Paulo Amorim. |