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AGRICULTURA
ORGÂNICA É VALORIZADA NAS COMPRAS
DO GOVERNO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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O Programa de Aquisição de Alimentos
do governo federal vai pagar até 30% a mais
que o valor de mercado pelos produtos orgânicos
da agricultura familiar. A decisão já
está em vigor e foi tomada pelo Comitê
Gestor do programa com o objetivo de incentivar
a agricultura ecológica no Brasil.
Devido à produção pequena e
à procura cada vez maior, os alimentos que
não utilizam agrotóxicos são
valorizados no mercado. Por isso, o Comitê
decidiu que seria justo ampliar, também,
o valor pago pelos produtos orgânicos utilizados
em programas sociais como o Fome Zero. A agricultura
familiar é responsável por 70% da
produção agroecológica no País,
uma alternativa para o aumento da renda das famílias
rurais.
O programa tem o apoio dos ministérios do
Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Fazenda,
Planejamento e Desenvolvimento Social e Combate
à Fome. Desde agosto de 2003, quando foi
criado, mais de R$ 200 milhões já
foram investidos na compra de produtos da agricultura
orgânica. E o Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar (Pronaf) tem uma linha de
financiamento específica para esse setor,
oferecendo 50% a mais de crédito aos agricultores
que queiram investir na agroecologia.
Mercado
“Este é um
setor de vital importância para a agricultura
familiar porque, além de proporcionar uma
perfeita integração com o meio ambiente,
insere os produtores em um mercado que só
faz crescer no mundo inteiro”, afirma Arnoldo de
Campos, coordenador de Geração de
Renda e Agregação de Valor da Secretaria
de Agricultura Familiar do Ministério do
Desenvolvimento Agrário. “Isto não
é só para incentivar, mas para aumentar
a produção”, completa Jean Pierre
Medaets, assessor técnico do mesmo ministério.
Hoje o Brasil é o país com o segundo
maior número de propriedades de plantio orgânico
no mundo. De acordo com dados da Söl Ecologia
e Agricultura, uma organização não-governamental
com sede na Alemanha, existem 19 mil agricultores
brasileiros produzindo orgânicos, sendo 70%
deles familiares. A Itália tem o maior número
de propriedades “ecológicas”.
O presidente do Sindicato dos Produtores Orgânicos
do Distrito Federal, Joe Carlo Valle, justifica
o preço mais alto dos produtos: "A mão-de-obra
tem prioridade e isto é um benefício
num país com grande número de desempregados:
ocupamos mais pessoas e assim resolvemos um problema
social, uma das bases da agricultura orgânica."
Fonte: EMBRAPA (www.embrapa.gov.br)
Adriano Gaieski