Panorama
 
 
 

COMEÇA VERTICALIZAÇÃO MINERAL NO PARÁ

Panorama Ambiental
Belém (PA) – Brasil
Junho de 2004

Pela primeira vez, minério beneficiado em Marabá deixou o Brasil por um porto paraense: Vila do Conde

A primeira exportação de ferro-gusa, através do Porto de Vila do Conde, em Barcarena, foi feita ontem. O marco histórico coloca o porto na relação de terminais para produtos siderúrgicos no mundo com a possibilidade de estimular e facilitar o comércio internacional brasileiro. A operação foi realizada pela Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar) - empresa siderúrgica pioneira em Carajás, parceira e cliente tradicional por 17 anos do sistema mina-ferrovia-porto da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). O embarque de 21 mil toneladas do produto rumo ao Canadá e Estados Unidos foi acompanhado pelo governador do Estado, Simão Jatene; pelo secretário Especial de Governo, Sérgio Leão; pela deputada estadual Ana Cunha (PMDB); pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Feia), Danilo Remoer; pelo prefeito de Barcarena, Laurival Cunha, e pelo administrador de Vila do Conde, José Leite.

Eclusas de Tucuruí

O ministro dos Transporte, Alfredo Nascimento, não participou do evento. A sua ausência não serviu de desestímulo aos presentes, que agora aguardam a conclusão das eclusas de Tucuruí para possibilitar a navegação no sistema hidroviário do Araguaia-Tocantins. A operação representou o início da implantação do que poderá ser o projeto mais estratégico de desenvolvimento do país, permitindo a integração de todo o território da Amazônia ao Centro Oeste e Sudeste do Brasil. Para o embarque, o ferro-gusa fez um percurso de 483 quilômetros em mil carretas de Marabá a Barcarena, através da PA-150. Com as eclusas de Tucuruí, a idéia é que o minério faça todo percurso em barcaças pelo rio Tocantins. Foi a primeira vez que o minério beneficiado em Marabá deixou o Brasil por um porto paraense, iniciando o processo de verticalização mineral no Estado do Pará. O presidente da Cosipar, Luís Carlos Monteiro, já estuda a possibilidade de fazer o transporte pela hidrovia mesmo sem as eclusas. Nesse caso, o minério sairia de Marabá em barcaça, passaria por um transbordo em Tucuruí e, após quatro quilômetros de caminhão, seguiria novamente em barcaças até Barcarena. Em breve, esse transporte será feito por barcaças e, para isso, é necessário a conclusão das eclusas de Tucuruí.
Monteiro salientou que o embarque foi o passo mais importante para abrir o grande eixo de desenvolvimento que acontecerá com a navegação do Araguaia-Tocantins. "Vila do Conde se insere a partir de hoje (ontem) no trade mundial de produtos siderúrgicos e mostra que o Pará tem um porto com excelentes características técnicas para exportação de produtos siderúrgicos ", afirmou. A Cosipar é uma empresa produtora de 480 mil toneladas por ano de ferro-gusa e gera 620 empregos diretos e três mil indiretos na cidade de Marabá.
Jatene diz que eclusas de Tucuruí é projeto para o Brasil
Para o governador Simão Jatene, a iniciativa da Cosipar mostra que as eclusas de Tucuruí não podem ser encaradas como um projeto particular do Estado do Pará. "Barrar um rio como o Tocantins, arrolhá-lo, é sem dúvida o maior crime ambiental que pode ser feito. A única forma de resgatá-lo é construindo as eclusas e permitindo que o rio possa desempenhar a função que tem, que é ser a nossa rua. Não é por acaso que o poeta já disse que "este rio é minha rua", lembrou, citando Rui Barata. Frisou ainda que a ausência do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, não significa que o governo federal não pretende ser parceiro efetivo na defesa da construção das eclusas. "A minha expectativa é fazer com que o sonho da maioria dos paraenses seja concretizado porque, lamentavelmente, este projeto se arrasta por décadas. O ministro terá informações sobre o que aconteceu aqui e poderá mostrar ao Brasil a viabilidade do porto de Barcarena como uma alternativa para exportação, não apenas de minérios", declarou.
O governador destacou a determinação dos empresários, que nasceram no Estado e daqueles que se deslocaram para ajudar a construir o Pará. Segundo ele, o que transforma a sociedade são os trabalhadores e os empresários, e o governo pode incentivar ou até atrapalhar. "Efetivamente quem transforma a sociedade é a própria sociedade, e estamos vendo aqui, sobretudo, um ato de coragem de um empresário capaz de antever o futuro, de compreender que uma empreitada desse tipo é acima de tudo um investimento no futuro", afirmou, elogiando Monteiro.

Porto de Vila do Conde

O Porto de Vila do Conde representa 65% das operações da Companhia das Docas do Pará (CDP) e figura entre os dez portos brasileiros com mais movimentação. "Este ano, atingiremos a mesma proporção de cargas do Porto de Itaqui, no Estado do Maranhão", enfatizou José Leite, administrador do Porto de Vila do Conde. Atualmente, o maior fluxo de produtos que circula por Vila do Conde são: bauxita, alumina, lingotes de alumínio, coque, óleo combustível, soda cáustica, fertilizantes, madeira e piche. "Existem estudos para colocar um terminal de granel sólido e mais um pier para dois navios por determinação do presidente da CDP, Ademir Andrade, com início das obras nos próximos dois ou três anos", informou.
Custos e Investimentos
Apesar da operação de ontem em Vila do Conde ter resultado num custo entre 7% e 8% mais caro do que se o produto fosse embarcado no Maranhão, o presidente da Cosipar quis chamar a atenção das autoridades para a necessidade de implantação imediata da hidrovia Araguaia-Tocantins. "Queremos mostrar que existe uma logística altamente competitiva que está sendo desperdiçada por falta de investimento", afirmou. As eclusas devolverão a navegabilidade ao rio Tocantins que ganhou uma barreira de 72 metros com a construção da barragem da usina. O transporte por barcaças ficará até US$ 7 abaixo do praticado, hoje, pelo Porto de Itaqui. O investimento total na exportação de 21 mil toneladas de ferro-gusa foi, aproximadamente, US$ 100 mil.
Monteiro prometeu um segundo embarque na primeira quinzena de agosto e um terceiro no mês de dezembro. "Na terceira operação, esperamos nivelar os custos e, no ano que vem, traremos ferro-gusa de barcaça fazendo inicialmente um transbordo pela represa de Tucuruí, e esperamos em breve fazer uma navegação direta de Marabá para Vila do Conde", disse. A Cosipar deverá exportar em 2004 cerca de US$ 80 milhões e trabalha para, até 2009, multiplicar por dez o valor de suas exportações, além de atende ao mercado brasileiro do Norte e Nordeste com aço.

Usipar

De acordo com o presidente da Cosipar, o próximo passo será transformar em realidade o sonho de produzir aço em solo paraense, com o minério de ferro de Carajás, através do empreendimento Usipar - Usina Siderúrgica do Pará. A previsão é de uma produção inicial de 500 mil a 700 mil toneladas, a partir de 2005, com um salto no ano seguinte para um milhão de toneladas de aço. Em recente visita à China, juntamente com uma delegação de empresários brasileiros e o presidente Lula, Monteiro assinou dois contratos com a maior estatal chinesa de metálicos: a Minmetals. O primeiro acordo foi para a compra de assistência técnica e equipamentos no valor de US$ 40 milhões para Usipar, em fase de implantação. O segundo contrato foi para a venda de ferro-gusa para a Minmetals, totalizando US$ 125 milhões.
"A Usipar representa o mais complexo projeto na área de siderurgia no Pará. Queremos que todos os nossos políticos e a sociedade em geral apóiem o projeto, porque trará mais empregos e mais receita para o Estado", explicou Monteiro. O governador Simão Jatene avaliou que a Usipar está na direção da negativa do Estado do Pará em ser apenas um exportador de produtos primários. "Sem dúvida nossa maior riqueza é a nossa gente, capaz de transformar problema em desafio, e vencê-lo", finalizou.

Fonte: Amazonia.org (www.amazonia.org.br)
Assessoria de imprensa (Fabíola Batista)

 
 
 
 

 

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