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ÍNDIOS
EXIGEM REMÉDIOS E DEMARCAÇÃO
DE TERRAS EM PERNAMBUCO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2004
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27/07/2004 - Continuam
na sede da Fundação Nacional do Índio
(Funai), em Brasília, 49 índios da
tribo Pipipan, de Pernambuco, que invadiram o prédio
no início da noite de hoje e pedem a demarcação
de duzentos mil hectares e medicamentos. Segundo
o presidente substituto da Funai, Roberto Lustosa,
os índios não passarão a noite
no prédio.
A Funai entrou em contato com o Conselho Tutelar
para encontrar um abrigo para as crianças
indígenas que estão no grupo. “O procedimento
é que eles peçam passagens na administração
local e seja agendado, aqui em Brasília,
o que eles precisam”, disse Lustosa, acrescentando
que isso não aconteceu: “Aqui não
é um hotel, é um prédio público,
não tem como dar abrigo e condições
sanitárias a 49 pessoas que chegaram sem
prévio aviso”, O presidente substituto conta
que os índios estiveram reunidos, ontem pela
manhã, com o diretor de assuntos fundiários
da Funai, Artur Mendes, e a única reivindicação
que fizeram foi a demarcação de terras.
“Em um prazo de 30 dias, uma equipe técnica
fará um estudo preliminar da terra”, afirma
Lustosa.
Ele disse que as demais reclamações
surgiram hoje, quando os índios fizeram,
pela manhã, um protesto em frente ao Palácio
do Planalto. O líder dos índios Pipipan,
Genildo Francisco de Assis, afirmam que “desde 1940,
quando um dos nossos líderes foi assinado
por fazendeiros da região, viemos sistematicamente
sofrendo invasões”.
A situação seria ainda mais grave
porque a área em que estão é
uma reserva ambiental do Ibama, o que não
permite a caça ou “que retiremos mel e raízes”,
ressalta Maria de Fátima. O presidente substituto
da Funai informa que a área onde os pipipan
vivem é o parque de Serra Negra. “Eles alegam
que parte dessa terra é tradicionalmente
deles e é exatamente isso que o nosso grupo
vai investigar”, anuncia.
Segundo Lustosa, o relatório da administração
regional da Funai em Recife relata que o líder
indígena Genildo de Assis “é um ex-servidor
da Funai que foi exonerado após ter incendiado
um carro da Fundação. Ele também
se apresentou no Maranhão como sendo um índio
Guajajára, teve um conflito sério
com a polícia federal e teria feito reféns
após tomar armas de agentes federais”. Para
a Funai, as reivindicações são
movidas por motivos pessoais e não coletivos.
“Estamos passando fome, precisamos de vacinação,
que não existe. Não temos condições
para buscarágua, que fica a dez, doze quilômetros”,
reclama Maria de Fátima Gomes, uma das integrantes
do grupo indígena.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos