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GEORG GRÜNBERG REEENCONTRA ÍNDIOS KAIABI DEPOIS DE 38 ANOS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2004

15/08/2004 - O antropólogo austríaco que realizou pesquisa etnográfica com os Kaiabi dos rios Teles Pires e dos Peixes, em Mato Grosso, em 1966, e chegou a acompanhar a transferência de parte do grupo para o Parque Indígena do Xingu, reencontrou seus velhos amigos nos primeiros dias de agosto. Recebido com festas e muita emoção, entregou-lhes o livro que escreveu e acaba de ser publicado Os Kaiabi do Brasil Central.
Georg Grünberg tinha apenas 23 anos quando fez sua pesquisa com os Kaiabi. O trabalho transformou-se em sua dissertação de mestrado, escrita em 1970, defendida em Viena, na Áustria e depois traduzida para o português pela antropóloga Thekla Hartmann. Era por meio deste formato original de tese que os educadores do ISA repassavam aos jovens das escolas Kaiabi do Parque as informações históricas sobre os parentes que ficaram do outro lado da fronteira xinguana.
Grünberg, no entanto, queria ver seu estudo transformado em livro, por tratar-se de um registro etnográfico minucioso da cultura e da história de um povo marcado por conflitos com garimpeiros que contavam com o apoio do antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) para invadir as terras Kaiabi. Além disso, teve a oportunidade de testemunhar a transferência - não consensual entre os Kaiabi- , de uma parte do grupo para o Parque Nacional do Xingu (como era chamado na época), pois estava no avião da FAB que realizou a mudança.
O sonho de publicar o livro foi acalentado por ele durante mais de 30 anos. Ao longo desse tempo, tornou-se colaborador do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI), especialmente nos trabalhos realizados no Rio Negro, e, em 1999, passou a se corresponder com a equipe do Programa Xingu do ISA que, hoje, abriga em seu acervo as fotos que o antropólogo tirou no rio dos Peixes à época da pesquisa.
Graças ao empenho dele e da equipe do Programa Xingu do ISA, o livro foi finalmente publicado em julho de 2004 com apoio da DKA Áustria - uma agência de cooperação austríaca. Com o título Os Kaiabi do Brasil Central, o livro ganhou fotos recentes e um posfácio escrito pelo antropólogo Klinton Senra. Juntamente com a bióloga Simone Ferreira de Athayde e o engenheiro agrônomo Geraldo Mosimann da Silva, da equipe do Programa Xingu do ISA, os três foram responsáveis também por um capítulo que apresenta a situação contemporânea dos Kaiabi no Parque. Georg Grünberg pôde festejar o feito entregando pessoalmente os livros aos Kaiabi, no Parque, onde esteve entre 1º e 4 de agosto.
O reencontro, depois de 38 anos, foi assim descrito por ele:
“Convidado pela Atix e pelo ISA viajei a Canarana no dia 31 de julho. Fui recebido por Mairawê (Kaiabi, ex-presidente da Atix), que me mostrou a sede da associação e as atividades que desenvolvem lá. No dia seguinte, viajei com ele e outros kaiabi à casa de praia no Suiá-Missu embarcando e chegando de noite ao Diauarum. Houve uma recepção de boas vindas no salão da Atix com danças, lágrimas, comida e discursos. Muito emocionante. O livro virou realidade, com fotos e desenhos totalmente adequados.
No breve relato que escreveu quando voltava do Xingu para retornar à Áustria, Grünberg escreve em outro trecho: “A impressão imediata e mais forte para mim foi ver a quantidade enorme de crianças, fortes, saudáveis e barulhentas, mostrando uma vitalidade física e cultural bem diferente da situação de resistência fragmentada e derrota iminente que, em 1966, os levou a aceitar a mudança para o Xingu”.
Hoje, aos 60 anos, Grünberg mudou de status entre os kaiabi. “(...)Sou um ‘velho’, categoria de idade mais confortável no sistema kaiabi, mesmo que eles achem pouco eu ter só três filhos e nenhum neto. Não há comparação com meu status de jovem em 1966, com 23 anos. Nunca passei dias tão bons em visita a eles, tanto pela gentileza e fino trato que recebi como pela opulência da famosa gastronomia kaiabi”.
O livro de Grünberg está à venda na loja virtual do ISA e os direitos autorais foram inteiramente doados pelos autores ao povo Kaiabi. A verba proveniente das vendas será administrada pela Associação Terra Indígena Xingu (Atix).

Fonte: ISA - Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Inês Zanchetta e Marina Kahn)

 
 
 
 

 

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