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GOVERNOS PRECISAM
AGIR IMEDIATAMENTE PARA PROTEGER A VIDA NO
PLANETA
Panorama
Ambiental
Kuala Lumpur - Malásia
Fevereiro de 2004
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Greenpeace
pede que países mais ricos do mundo disponibilizem
recursos financeiros suficientes para criar rede global
de áreas protegidas
Ministros do Meio Ambiente
de vários países estiveram reunidos
hoje durante a Cúpula pela Vida na Terra, a
7ª Conferência das Partes (COP-7) da Convenção
das Nações Unidas sobre Diversidade
Biológica (CDB), que está sendo realizada
em Kuala Lumpur (Malásia). Para o Greenpeace,
as negociações sobre a proteção
da vida no planeta estão em um estágio
crítico e são os representantes de governos
reunidos em Kuala Lumpur que devem assegura que esta
reunião não se transforme em outro fracasso.
"O futuro das florestas e oceanos do planeta
está em jogo e a perda de vida no planeta precisa
ser barrada imediatamente", disse o coordenador
da Campanha de Amazônia do Greenpeace, Paulo
Adário, presente à reunião da
CDB. "Muito pouco foi feito até agora
para cumprir o acordo fechado durante a Cúpula
da Terra, realizada há dois anos em Joanesburgo,
na África do Sul. Os governos dos países
participantes da CDB precisam começar a trocar
promessas e intenções por medidas concretas
em defesa da biodiversidade das florestas e oceanos.
Isso inclui mais dinheiro a ser colocado na mesa,
principalmente pelos países ricos e grandes
consumidores de recursos naturais".
Para barrar a destruição da biodiversidade
no planeta, os delegados reunidos na CDB devem se
comprometer com a efetiva implementação
de uma rede global de áreas protegidas, que
respeite os direitos dos povos indígenas e
comunidades locais. Governos das nações
ricas e industrializadas devem fornecer os recursos
econômicos necessários para apoiar a
implementação destas áreas nos
países em desenvolvimento. Além disso,
todas as partes da convenção devem monitorar
e relatar a implementação destas decisões.
De acordo com estimativas do Greenpeace, atualmente
há um déficit de US$ 25 bilhões
para implementar efetivamente um sistema global de
áreas protegidas. "Apenas com o dinheiro
necessário, podemos garantir que a riqueza
de frágeis ecossistemas, como a da Amazônia,
seja mantida para as futuras gerações",
disse Adário.
Nos últimos meses, o Greenpeace vem denunciando
a destruição das últimas florestas
primárias do planeta e a devastação
dos oceanos ao redor do mundo (1). A organização
está pedindo aos governos que protejam a vida
em toda a sua diversidade, respeite os direitos dos
povos indígenas e a variedade cultural. Governos
de várias partes do mundo precisam banir atividades
industriais em larga escala em todas as áreas
intactas extensas, e estabelecer uma rede de áreas
protegidas com efetivo manejo e cumprimento da lei.
Como parte da campanha, o Greenpeace oferecerá
o prêmio Assassinos do Planeta 2004 aos governos
que ainda não agiram para deter a perda de
biodiversidade na Terra. Na CDB, todos os governos
dos países industrializados foram nomeados
para receber o prêmio, por explorarem as florestas
e oceanos do planeta durante séculos, acreditando
erroneamente que a proteção da biodiversidade
não teria custo algum. "Se os governos
realmente acreditam nisso, talvez seus representantes
também possam abrir mão de seus salários
por um ano", disse Adário. Outros indicados
foram o Chile, a Austrália e EUA (2).
(1) Nos últimos
meses, o Greenpeace tem denunciado a exploração
ilegal e predatória de madeira em várias
partes do mundo. Entre outubro e dezembro de 2003,
o navio Arctic Sunrise do Greenpeace percorreu os
rios do Pará em campanha contra a destruição
indiscriminada das florestas da região, e para
promover o uso responsável dos recursos naturais,
tendo como eixo central o manejo florestal comunitário.
No momento, o Arctic Sunrise está em expedição
no Chile, denunciando a ameaça de desenvolvimento
para florestas primárias como as da Patagônia.
Outro navio do Greenpeace, o Rainbow Warrior, continua
a documentar a exploração ilegal de
madeira no Pacífico Asiático.
(2) A primeira indicação
ao prêmio Assassinos do Planeta 2004 foi para
o Chile pelo comentário regressivo feito durante
as discussões do Grupo de Trabalho 1. O delegado
chileno afirmou que o programa de trabalho para áreas
protegidas ainda não estava "maduro"
e deveria retornar para o SBSTTA, acrônimo em
inglês para o grupo científico da CDB
(Organismo Subsidiário para o Assessoramento
Científico e Tecnológico).
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa |