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GREENPEACE DENUNCIA EXPOSIÇÃO ILEGAL DE MADEIRA NA INDONÉSIA

Panorama Ambiental
Jakarta - Indonésia
Fevereiro de 2004

Governos ainda falham em proteger as florestas primárias do planeta, quando deveriam disponibilizar mais recursos e criar rede de áreas protegidas.

Ativistas do Greenpeace à bordo do navio Rainbow Warrior denunciaram hoje a descoberta de várias balsas carregadas com toras de madeira ilegal destinadas à exportação pela Indonésia (1). A madeira é proveniente de uma área que inclui o Parque Nacional de Tanjung Puting e suspeita-se que tenha sido explorada ilegalmente. Quatro ativistas estenderam uma faixa em uma das balsas com a mensagem: "Chega de Crime Florestal".
O Greenpeace está em expedição pela costa de Kalimantan (Indonésia), documentando a contínua destruição das florestas da região. Ao mesmo tempo, governos de várias partes do mundo discutem o futuro da vida no planeta durante a 7ª Conferência das Partes (COP 7) da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB), que está sendo realizada em Kuala Lumpur (Malásia).

"Nós estamos fazendo o trabalho que seria dos governos", disse Stephen Campbell, do Greenpeace, à bordo do Rainbow Warrior. "As florestas e os oceanos estão sendo continuamente destruídos e a comunidade internacional falhou em dar passos concretos para realmente proteger a vida na Terra desde a ECO 92, realizada há 12 anos no Rio de Janeiro (RJ)".
O Brasil estará presente à reunião da CDB com uma delegação de 13 integrantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), além de membros do Itamaraty. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deve chegar esta semana a Kuala Lumpur para presidir a delegação brasileira na fase final da reunião. O Greenpeace pediu ao governo brasileiro que assuma o papel de liderança que cabe ao País - que detém a maior biodiversidade do mundo - e trabalhe para que a reunião da CDB aprove um programa de trabalho para áreas protegidas, que seja forte e consistente com os compromissos assumidos por governos de todo o mundo de parar e reduzir a alarmante perda de biodiversidade até 2010 (2).
Mais de 30 jovens e crianças de vários países que participam do projeto do Greenpeace Jovens pelas Florestas estão em Kuala Lumpur. Entre eles, dois brasileiros: João Paulo Vieira Furtado, de 15 anos, e Claudia Pimentel Maciel, de 16, ambos de Porto de Moz (Pará). Eles levarão à reunião da CDB a luta dos ribeirinhos da região pela criação da reserva extrativista Verde para Sempre (3). O projeto de criação da reserva, resultado de quatro anos de mobilização e luta das comunidades locais, repousa na mesa do presidente do Ibama.
O Greenpeace está denunciando a destruição das últimas florestas primárias do planeta e a devastação dos oceanos durante a CDB (4), cuja segunda semana tem início hoje. Mas os governos reunidos em Kuala Lumpur ainda não chegaram a um acordo efetivo para proteger a biodiversidade do planeta e barrar a atual destruição das florestas primárias, que abrigam mais de 80% da diversidade de espécies de plantas e animais terrestres do planeta. Milhares de povos indígenas e comunidades tradicionais dependem delas para manter sua cultura e seu modo de vida. Mas as florestas primárias não fornecem apenas bens e serviços para as populações locais. Elas também fornecem água para milhões de pessoas que vivem nas cidades, longe das florestas. Os ecossistemas florestais também são importantes para a manutenção dos ciclos de ar e da água em nível global. Além disso, muitos produtos medicinais são baseados nos recursos genéticos e nas espécies provenientes das florestas primárias.
De acordo com o Greenpeace, os governos precisam disponibilizar recursos financeiros adicionais suficientes para barrar a destruição das florestas primárias e da vida marinha, banir atividades industriais em larga escala em todas as áreas intactas extensas e estabelecer uma rede de áreas protegidas com efetivo manejo e cumprimento da lei.

(1) Cerca de 80% da madeira exportada pela Indonésia são ilegais. Os principais países consumidores de madeira ilegal são: China, Europa e EUA. Países produtores de madeira, como Papua Nova Guiné, Indonésia e Brasil (com a Amazônia), exploram madeira ilegalmente por causa da demanda por madeira barata e da falta de cumprimento da legislação florestal. Os ativistas que participaram da ação em Jakarta (Indonésia) hoje são da Inglaterra, Filipinas, EUA e Papua Nova Guiné

(2) O Greenpeace entregou ao MMA um texto alternativo com sugestões para que o programa de trabalho a ser discutido em Kuala Lumpur cumpra sua função de proteger a biodiversidade. O texto sugerido inclui o reconhecimento formal da necessidade de mais dinheiro para a criação, implementação, fiscalização e manejo de áreas protegidas, e o compromisso formal com metas e calendários. O texto proposto pela organização defende a criação de um grupo encarregado de monitorar o cumprimento dos compromissos e desenvolver opções de apoio técnico e financeiro para a implementação das metas nos países em desenvolvimento carentes de recursos, além do reconhecimento de que a exploração e o comércio internacional de madeira ilegal representam uma ameaça à biodiversidade.

(3) Entre outubro e dezembro de 2003, o navio Arctic Sunrise do Greenpeace percorreu os rios do Pará em campanha contra a destruição indiscriminada das florestas da região e para promover o uso responsável dos recursos naturais, tendo como eixo central o manejo florestal comunitário. A expedição do Greenpeace pela Amazônia fez parte da campanha para proteger a diversidade biológica do planeta, em particular as florestas primárias. O Greenpeace quer assegurar que o uso dos recursos naturais seja feito de forma ecológica e socialmente responsável, incluindo a criação de redes de áreas protegidas em todo o mundo. Áreas protegidas são dedicadas à conservação da diversidade biológica, dos recursos naturais e culturais a elas associados e ao bem-estar das comunidades que nelas vivem e delas dependem para sobreviver. Essas áreas precisam ser estabelecidas e manejadas respeitando os direitos das comunidades tradicionais e povos indígenas, e devem ser protegidas de atividades econômicas de escala industrial e outras práticas que têm o potencial de destruir o meio ambiente.

(4) Nos últimos meses, o Greenpeace tem denunciado a exploração ilegal e predatória de madeira no Pará, África, Pacífico Asiático, o massacre de golfinhos no Atlântico Norte e os planos de destruir as florestas da Patagônia (Chile).

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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