Os trabalhos de recuperação do óleo vazado do oleoduto da Petrobras, em São Sebastião, prosseguiram por toda a noite desta quarta-feira (18/2) e madrugada de quinta-feira (19/2). Foram recolhidos cerca de 840 m3 de água misturada com o óleo que estão sendo armazenados em tanques no Terminal Marítimo Almirante Barroso - TEBAR.

Os resíduos sólidos, como vegetação e barreiras de absorção contaminados com o óleo, continuam em campo, devendo ser encaminhado para algum local adequado, com devido acompanhamento da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, quanto à armazenagem, tratamento e disposição final.
Em sobrevôo pela região, técnicos da Agência Ambiental de Ubatuba e do Setor de Operações de Emergência da CETESB avistaram grande quantidade de óleo por uma extensão de aproximadamente 8 km do Rio Guaecá, para onde o produto escorreu, seguindo até o mar nas proximidades da Praia de Guaecá. Com orientação da CETESB, foram instaladas barreiras fixas, diques, barreiras flutuantes e barreiras de absorção em cerca de 20 pontos ao longo do rio.

O acidente ocorreu na quarta-feira (18/2) num local denominado Morro do Outeiro, no km 3,1 do oleoduto que liga o TEBAR à Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, provocando o vazamento de um volume ainda não estimado de óleo do tipo Roncador, misturado com Marlin, no Bairro Guaecá, em São Sebastião. De acordo com a Petrobras, a empresa teria sido informada do vazamento pela Defesa Civil de São Sebastião por volta das 9 horas.A estatal, em seguida, acionou a CETESB por volta das 10,20 horas. Segundo os técnicos envolvidos na operação, o vazamento não afetou a captação de água da SABESP e nem provocou mortandade de animais até o momento. A Praia do Guaecá que havia sido atingida ontem (18/2), por uma pequena quantidade de óleo já está limpa, não se constatando a existência de óleo no mar.

Cerca de 200 homens e 16 caminhões com sistema de sucção à vácuo trabalham no recolhimento do óleo. No decorrer do dia, o número de caminhões deverá ser ampliado para 25 para agilizar os trabalhos. Além da Defesa Civil, haviam se dirigido ao local pessoal do Corpo de Bombeiros e da Marinha. A Petrobras, por sua vez, havia acionado sua equipe do Centro de Resposta a Emergências. A primeira providência foi a despressurização do duto para estancar o vazamento.
Ainda não é possível apurar as causas do acidente e nem estimar o volume vazado. Os técnicos estão acompanhando o controle dos resíduos sólidos e oleosos recolhidos para, ao final da operação, calcular com bases sólidas o volume vazado.

Segundo a CETESB, o duto mede 24 polegadas, com uma extensão de 70,5 km entre São Sebastião a Guaratuba, em Bertioga, e mais 50,5 km entre Guaratuba até a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão.
Um acidente anterior ocorreu em 1994, quando vazaram 2.700 m3 de óleo. Outros acidentes foram registrados em 1983, com o vazamento de 2.500 m3, em 1988 com 1.000 m3 e 1989 com 350 m3.