Panorama
 
 
 

AGRICULTORES DO MT DEVEM FICAR ATENTOS À CONTAMINAÇÃO TRANSGÊNICA

Panorama Ambiental
Cuiabá (MT) - Brasil
Julho de 2004

A mistura de grãos de soja convencional ou orgânica com sementes geneticamente modificadas, mais o pagamento compulsório de royalties geram prejuízos aos agricultores que não plantam transgênicos

22-07-2004 - O Greenpeace apresentou hoje, em Cuiabá, um dossiê sobre a contaminação da safra de soja convencional ou orgânica pelo cultivo transgênico. O objetivo do lançamento é alertar os agricultores e o governo do Mato Grosso, o Estado brasileiro que mais produz soja, sobre os riscos da contaminação transgênica e suas graves consequências – incluindo prejuízos financeiros –, que já começaram a aparecer no Rio Grande do Sul, por exemplo.
O material, composto por quatro relatórios e o vídeo “Transgênicos — As vítimas da contaminação”, demonstra que o maior risco de contaminação está nas máquinas de cultivar, plantar e colher a soja, nos caminhões utilizados para o transporte do produto e nos silos de armazenamento. Além da contaminação, outro prejuízo para os agricultores que não plantam soja transgênica é a obrigação do pagamento de royalties quando a safra não é segregada ou quando há erros nos testes de transgenia.
“Os agricultores mato-grossenses precisam estar cientes das ameaças dos cultivos transgênicos sobre a produção convencional e orgânica. Além dos danos causados sobre a biodiversidade, os transgênicos também acarretam prejuízos econômicos aos produtores de soja não-transgênica, que precisam arcar com os custos extras para a limpeza do maquinário e a segregação da safra”, afirma o engenheiro agrônomo Ventura Barbeiro, da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace.
Com a safra contaminada por soja transgênica, o agricultor fica impossibilitado de vender sua produção como soja convencional para as cooperativas que pagam preços melhores pelo produto convencional — como a Cotrimaio no Rio Grande do Sul(1). Além disso, caso seja detectada a contaminação, o agricultor será obrigado a pagar royalties por uma tecnologia que não utilizou voluntariamente. De acordo com o contrato firmado entre a Monsanto e as cooperativas e indústrias processadoras de soja(2), esse pagamento deve ser feito sobre a colheita.
Outro sério problema acarretado pela soja Roundup Ready é o surgimento de ervas daninhas tolerantes ao glifosato, provocando o aumento do uso de herbicidas. Esse aumento, que já ocorre nos cultivos convencionais de soja, é potencializado nas lavouras transgênicas. Isto acontece porque a soja geneticamente modificada, resistente ao glifosato, exige a cada aplicação uma quantidade maior de herbicida para exterminar as ervas daninhas da plantação.
Do ponto de vista científico, pesquisadores independentes detectaram fragmentos desconhecidos de DNA na soja transgênica que podem se manifestar de maneira igualmente desconhecida, causando consequências imprevisíveis ao ser humano e à natureza. Do ponto de vista científico, falta “previsibilidade”, “controle” e “reproducibilidade” na técnica de criação dos organismos geneticamente modificados. Essa imprecisão do método de inserção de genes cria a necessidade de um procedimento de avaliação detalhado e multidisciplinar para garantir a segurança ao consumidor e ao meio ambiente. O Greenpeace defende o “Princípio de Precaução” na realização de avaliações de risco.
Segundo Ventura Barbeiro, o agronegócio é fundamental para o desenvolvimento sócio-econômico do Brasil. “O Greenpeace defende a agroecologia como um modelo de agricultura sustentável para o país”, afirma. “Eliminar o uso de agrotóxicos é essencial para a proteção da biodiversidade”.
Além da apresentação de Ventura Barbeiro, o lançamento do dossiê também teve a participação do agricultor gaúcho Luiz Antônio Schio e do presidente da Associação Xavante Warã, Hiparidi Top’ Tiro, do Mato Grosso. Segundo Hiparidi, para o povo Xavante a agricultura orgânica e sustentável é a única forma de boa convivência entre os agronegócios e as comunidades indígenas.

(1) (www.cotrimaio.com.br)
(2) (www.soja-rr.com.br) ver lista de colaboradores e participantes

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.