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MORADORES
DE JURITI TEMEM EXTRAÇÃO DE
BAUXITA NA REGIÃO (PA)
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Julho de 2004
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19/07/2004 - Moradores
de Juruti denunciaram no começo deste mês
o início das atividades para a extração
de bauxita pela companhia Alcoa nas margens do Lago
de Juruti-Velho. O empreendimento pode agravar ainda
mais a série de conflitos já existentes
no município, localizado ao norte do Parque
Nacional da Amazônia, no Pará. Através
de suas associações comunitárias,
e em conjunto com uma sociedade franciscana, os
moradores enviaram uma carta às organizações
não-governamentais com atividades voltadas
à Amazônia, buscando auxílio
para pressionar o governo federal por políticas
em defesa destas comunidades e do meio-ambiente.
A região já acumula, como relata a
carta, uma série de problemas comuns às
pequenas comunidades amazônicas. A expansão
da soja e a extração ilegal de madeira
têm causado intenso desmatamento, danificando
a vegetação nativa e atingindo sua
fauna. Por todo o município, os moradores
não detêm posse legal das terras em
que vivem, facilitando a ação de madeireiras
e de grandes empreendedores agrícolas, e
dificultando seu acesso aos programas de crédito
rural. Nas glebas às margens do lago, cerca
de 30 comunidades ribeirinhas - cerca de 6.600 moradores-
sofrem uma série de privações
de natureza sócio-econômica.
De acordo com as denúncias, a Alcoa está
instalando um projeto de mineração
de bauxita nas margens do Lago de Juruti-Velho,
em uma propriedade de 50 mil hectares, dos quais
metade seria destinada à atividades de extração.
Ao menos oito mil seriam desmatados. Nas diversas
publicações da empresa, os números,
tanto da área, como do volume das jazidas
e do tempo previsto de exploração,
variam. Na área do empreendimento, já
parcialmente devastada pelo uso agropastoril, assim
como pela atuação das madeireiras,
moram cerca de 1800 famílias, e ainda existem
grandes zonas de mata virgem, nas quais habitam
várias espécies de animais ameaçadas
de extinção. As entidades temem pelos
impactos, tanto sociais quanto ambientais, da instalação
desta atividade na região.
Além de denunciar os fatos, os moradores
buscam, através desta carta, mobilizar a
sociedade civil em geral. Sugerem o envio de cartas,
petições e abaixo-assinados para o
Ibama e o Ministério do Meio Ambiente, como
forma de pressionar os órgãos governamentais
por uma solução para estes problemas.
Fonte: Amazônia ORG (www.amazonia.org.br)
Assessoria de imprensa