conversou diretamente
com membros do parlamento, ambientalistas, representantes
de bancos privados e públicos e jornalistas
alemães. A viagem, que durou dez dias,
terminou no dia 18.
“É inacreditável que dois governos
mais avançados politicamente, como é
o caso do Brasil de Lula e a Alemanha dos Verdes
e Social-Democratas, estejam envolvidos em negociações
para construir usinas ultrapassadas, que colocam
as pessoas em risco e afetam o meio ambiente”
disse Dialetachi.
Convidado pela ONG alemã Urgewald e representando
o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos
Sociais, o integrante do Greenpeace Brasil teve
a Oportunidade de assistir ao lançamento
de um relatório sobre o comportamento dúbio
do banco de desenvolvimento alemão, KfW,
que, ao mesmo tempo que financia projetos de proteção
da nossa Mata Atlântica, oferece empréstimos
para projetos que vão piorar as mudanças
climáticas no planeta, como é o
caso da indústria do carvão mineral
do Sul do país.
“É uma contradição inaceitável
que o governo, os bancos privados e as empresas
alemãs desenvolvam ou financiem, no Brasil,
na Argentina ou em outro país qualquer,
projetos que nós não aceitamos mais
em nosso próprio território” afirmou
Barbara Happe, coordenadora do estudo feito pela
Urgewald sobre o comportamento dos homens de negócios
alemães pelo mundo afora.
“Se os alemães não querem mais usinas
nucleares ou à carvão mineral ao
lado de suas casas e têm feito grande esforço
para se livrarem das que eles têm por lá,
por que estão tentando construí-las
aqui? Se, para os padrões europeus, essas
usinas oferecem perigo demais, são muito
poluentes, custam extremamente caro e representam
formas de energia do passado, por que deveríamos
considerá-las boas para países como
o Brasil ou a Argentina?”, complementou Dialetachi.
A visita do Greenpeace Brasil à Alemanha
durou cerca de 10 dias e serviu para ilustrar
com exemplos práticos o que o relatório
da Urgewald apontou: os bancos, empresas e certos
setores do governo alemão ainda restringem
suas análises sobre os financiamentos a
serem dados a projetos em outros países
às possibilidades de lucro. “Business as
usual” é uma expressão que significa
que só são considerados os aspectos
econômicos tradicionais quando se estuda
a viabilidade de uma proposta. Em um mundo que
busca novas formas de desenvolvimento econômico,
com justiça social e respeito ao meio ambiente,
outros aspectos deveriam ser considerados. É
sobre a vida das pessoas que se está decidindo
e é sobre a sobrevivência do planeta
que se está falando.