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ENERGIA
EÓLICA PODE SER ALTERNATIVA PARA
PEQUENAS PROPRIEDADES
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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O desenvolvimento
do setor agrícola está diretamente
ligado à disponibilidade de energia. Porém,
o preço elevado e a ameaça de escassez
das fontes não-renováveis têm
despertado a preocupação em se buscar
fontes alternativas. Pensando nisso, a Embrapa Agroindústria
Tropical, (Fortaleza/CE), Unidade da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
realizou experimento com um sistema de irrigação
localizada acionado por energia eólica, utilizando
cataventos hidráulicos.
O estudo foi desenvolvido no Campo Experimental
de Pacajus (CE), e teve como objetivo avaliar os
custos e os benefícios da adoção
do sistema na Região Nordeste, determinando
a área máxima de capacidade do sistema
e o desempenho hidráulico.
Segundo o pesquisador da Embrapa Agroindústria
Tropical, Lindbergue Araújo Crisóstomo,
"a utilização racional da energia
eólica pode ajudar, principalmente, os pequenos
produtores de frutas do Nordeste, utilizando um
sistema de baixo custo de manutenção
e não-poluente".
O sistema de irrigação localizada
estudado pela Embrapa permite uma aplicação
freqüente de pequenas quantidades de água,
que se ajusta à taxa de absorção
de água pelas plantas cultivadas. A eficiência
de aproveitamento de água ocorre em função
de sua melhor condução e distribuição
no sistema radicular.
Esse sistema consiste de um catavento do tipo convencional
instalado sobre um poço com profundidade
de 17m; uma bomba de pistão aspiro-premente
para elevar a água e uma caixa d'água
- que deve estar instalada a uma altura de seis
metros. De acordo com Lindbergue, é necessário
que exista uma fonte de água, que pode ser
um poço, uma cacimba, um riacho ou um açude.
Outra premissa básica para a instalação
do sistema é que a propriedade esteja em
uma região com ventos acima de 2,4m/s (como,
por exemplo, a faixa litorânea do Nordeste),
que é a velocidade mínima necessária
para colocar o catavento em funcionamento.
Nos testes realizados em Pacajus, o sistema apresentou
eficiência para pequenas áreas, dependendo
da cultura (veja tabela). Na comparação
com o sistema de bombeamento elétrico, a
utilização do catavento apresenta
um custo inicial maior. Mas, segundo Lindbergue,
"a médio e longo prazos, o sistema de
irrigação utilizando energia eólica
apresenta vantagens, uma vez que não é
preciso pagar pela fonte de energia (vento), a manutenção
dos equipamentos também tem um custo menor,
além de ser um sistema não poluidor
do meio ambiente".
O pesquisador acrescenta, ainda, que o sistema pode
ser a solução para viabilizar o cultivo
irrigado em regiões aonde não exista
energia elétrica instalada. Lindbergue avalia
que, para ampliar a utilização do
sistema em pequenas propriedades, uma alternativa
seria que houvesse um programa de financiamento
de longo prazo para a compra e a instalação
dos equipamentos. O projeto foi financiado pela
Fundação Cearense de Apoio à
Pesquisa (Funcap) e pela Embrapa Agroindústria
Tropical.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Teresa Barroso)