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CONSELHO
INDÍGENA DE RORAIMA NÃO ACEITA
DEMARCAÇÃO DESCONTÍNUA
DA RAPOSA SERRA DO SOL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2005
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04/01/2005 - O coordenador
do Conselho Indígena de Roraima, o índio
macuxi Jacir José de Souza, afirma que os
16 mil índios que vivem na reserva Raposa
Serra do Sol estão organizados para pressionar
o governo federal a homologar as terras de forma
contínua. "Não tem como abrir
mão da reserva em terra contínua.
E cada vez mais os índios estão se
organizando e precisando de terras. Nós vamos
atrás para ganhar essa terra em área
contínua", ressaltou.
Nesta segunda-feira (03), a ministra Ellen Gracie,
do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender
a portaria do Ministério da Justiça
que, em 1998, estabeleceu a demarcação
contínua da reserva. Até a publicação
da portaria, foram dez anos de negociações
com índios, fazendeiros, moradores e o governo
do estado para que a área fosse considerada
efetivamente território indígena.
Segundo Jacir de Souza, os índios estão
organizados para pressionar o governo federal a
homologar as terras contínuas, independente
da decisão do STF. "O que eu estou vendo
é que o governo demora demais, está
enrolando. Mas os índios estão recebendo
prejuízos com a demora do governo federal.
Em novembro do ano passado, 37 casas de indígenas
foram destruídas, e até agora não
fizeram as casas. Falta vontade do governo federal
para resolver o problema da Raposa Serra do Sol",
criticou.
A homologação da reserva indígena
Raposa Serra do Sol se tornou um impasse jurídico
que se estende há mais de seis anos no país.
Nesta segunda-feira (03), a ministra Ellen Gracie,
do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender
a portaria do Ministério da Justiça
que, em 1998, estabeleceu a demarcação
contínua da reserva.
No processo formal de reconhecimento de um território
indígena, o primeiro passo é a realização
de um estudo antropológico, realizado pela
Funai, para delimitar a terra. Depois, esse relatório
precisa ser aprovado pelo Ministério da Justiça,
o que conclui a demarcação. Somente
após essa etapa acontece a homologação.
Até a publicação da portaria,
suspensa nesta segunda-feira, foram dez anos de
negociações com índios, fazendeiros,
moradores e o governo do estado para que a área
fosse considerada efetivamente território
indígena.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Gabriela Guerreiro