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NARRAÇÕES
DOS PESCADORES DIVERTEM E ENSINAM HISTÓRIA
DA REGIÃO AMAZÔNICA AOS TURISTAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2005
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02/01/2005 - Como
o estado é cercado de afluentes do rio Amazonas,
a pesca é uma das principais atividades econômicas
em várias regiões do Pará.
Numa terra com tantas águas, o que não
faltam são histórias de pescador.
No município de Soure (um dos treze que formam
o arquipélago de Marajó), um dos passeios
oferecidos aos turistas é a Trilha do Mangue
– 350 metros sobre troncos de árvores que
levam à praia Selvagem. No meio do caminho,
duas árvores que cresceram entrelaçadas
montam o cenário natural.
"Aqui habitavam duas tribos indígenas:
Maruanasis e Mundins. A filha do cacique dos Maruanasis
se enamorou com o filho dos caciques dos Mundins",
conta seu Brito, pescador e guia local. "As
duas tribos não se davam bem e o namoro não
foi aprovado. Os dois jovens, como forma de protesto,
vieram para esse manguezal e se suicidaram. Assim
nasceram essas duas mangueiras atracadas entre si",
narra o pescador.
Já Tony Santiago, pescador e dono de uma
pousada no município de Salvaterra, jura
que se pode nadar tranqüilamente pelos rios
locais porque as piranhas, em Marajó, "são
todas vegetarianas, se alimentam de sementes de
açaí e de outros frutos que caem nas
águas", diz.
Não faltam "causos" sobre a história
do Brasil. Os pescadores locais contam que o Brasil
foi descoberto em Joanes, hoje uma vila histórica
do arquipélago. "O nome vem de Yanes,
sobrenome do navegador espanhol Vicent Yanes Bizon",
conta o pescador Tony. "Yanes não divulgou
a descoberta por causa do Tratado de Tordesilhas",
assinado no final do século XIV para dividir
os territórios sul-americanos entre Portugal
e Espanha. "Pode ser que seja verdade, agora,
os estudiosos é que discutam entre si",
brinca o pescador.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)