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BIODIGESTORES:
OPÇÃO TECNOLÓGICA PARA
A REDUÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
DA SUINOCULTURA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2005
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14/01/2005 A suinocultura
passou por grandes transformações
nas últimas décadas, tecnificando
e concentrando-se em algumas regiões do Brasil,
especialmente no Sul e expandindo agora para o Centro-Oeste.
Os avanços tecnológicos da atividade
não foram acompanhados pela questão
de tratamento dos resíduos, ou seja, dos
dejetos de suínos.
Um dos motivos foi a pouca capacidade de investimento
dos produtores, uma vez que o custo para manejo
e tratamento sempre foi alto e não gerava
retorno. Com o surgimento de tecnologias para este
fim, os produtores perceberam que, com a utilização
correta de alguns sistemas, seria possível
agregar valor aos dejetos produzidos em suas propriedades,
além de amenizar o problema.
Uma destas tecnologias é o Biodigestor, que
na década de 1970 esteve no auge, caindo
em desuso na década seguinte, vindo a renascer
na década de 11000. De acordo com o pesquisador
Airton Kunz, da Embrapa Suínos e Aves, Unidade
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, dois fatores foram decisivos para
o retorno desta tecnologia. "Um deles se refere
a legislação ambiental, que cobra
cada vez mais do produtor a responsabilidade com
o meio ambiente no tratamento dos resíduos
da atividade. Outra causa foi a crise de energia
enfrentada pelo país e a busca por energias
renováveis, de baixo custo", explicou
o pesquisador.
O biodigestor é um sistema de tratamento
que estabiliza parcialmente o dejeto. "Esta
característica implica em cuidados redobrados
com o manejo", alerta o pesquisador Airton.
O produto final deve passar por tratamento complementar,
como lagoas de estabilização, se o
destino final forem os corpos d´água.
Via de regra, o sistema tem um abatimento de 70
a 80% da carga orgânica, ou seja, ele reduz
o poder poluente do dejeto nestas percentagens.
Alguns modelos de biodigestor são de baixo
custo. Um deles é o modelo indiano, feito
de alvenaria, com campânulas metálicas
ou de fibra. Outro modelo é o canadense,
todo construído em lona de PVC, incluindo
a parte
do gasômetro. A Embrapa Suínos e Aves(Concórdia-SC)
optou em estudar e validar o modelo canadense, que
apresenta custos mais baixos e facilidade de construção
para grandes volumes.
Para se ter um biogás de boa qualidade e
uma produtividade contínua é preciso
estar atento ao manejo, recomenda do pesquisador
da Embrapa Suínos e Aves. "É
necessário tomar todos os cuidados no momento
da entrada do dejeto no biodigestor, eliminando,
por exemplo, a entrada de água da chuva e
reduzindo ao máximo o uso de antibióticos,
detergentes e desinfetantes no sistema de criação",
explicou. Quando bem operado, o sistema produz biogás
com até 70% de metano, que é o responsável
pelo poder calorífico, ou seja, a capacidade
de aquecimento do sistema.
O Biogás pode ser utilizado em sistemas de
geração de energia térmica
e elétrica. Para geração e
co-geração de energia elétrica
é preciso desenvolver estudos de viabilidade
técnica envolvendo geradoras e distribuidoras
de energia. O mais comum, e recomendável,
é o uso do biogás para aquecimento
de aviários e leitões em creche, secagem
de grãos e aquecimento de água.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Monalisa Leal Pereira)