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CETESB RECEBE R$ 450 MIL
DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE PARA
O LABORATÓRIO DE DIOXINAS E FURANOS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Janeiro de 2005
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10/01/2005
A CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental assinou um convênio, pelo
qual está recebendo a quantia de R$
450 mil, como parte do apoio oferecido pelo
Ministério do Meio Ambiente para a
instalação de um laboratório
de dioxinas e furanos, na sede da agência
ambiental paulista, que vai se constituir
no primeiro laboratório do gênero,
em um órgão público no
país.
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Pedro Calado
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O convênio,
publicado no Diário Oficial da União
de 31 de dezembro de 2004, foi firmado entre
a CETESB, órgão vinculado à
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São
Paulo, e a Secretaria de Qualidade Ambiental
nos Assentamentos Humanos, do Ministério
do Meio Ambiente, envolvendo um montante R$
627.406,00.
Este valor representa parte dos recursos necessários
para a instalação do laboratório
e correrá à conta dos orçamentos
dos dois órgãos, cabendo ao Ministério
do Meio Ambiente o total de R$ 500.000,00 -
os restantes R$ 50.000,00 se referem ao exercício
de 2005 - , e à CETESB, R$ 127.406,00,
dos quais R$ 114.666,00 representam a programação
para o exercício de 2004 e R$ 12.1000,00,
para 2005. |
O plano de trabalho do projeto prevê que a
instalação do laboratório para
a análise de dioxinas e furanos, em área
de 120 metros quadrados, deverá estar concluída
em dezembro deste ano. A primeira providência
será a desmontagem da estrutura metálica
do galpão localizando ao lado dos demais
laboratórios da CETESB e a preparação
do local, onde o governador Geraldo Alckmin lançou
a pedra fundamental da obra, no final de setembro
último, em companhia, entre outros, do secretário
estadual do Meio Ambiente, professor José
Goldemberg, e o presidente da agência ambiental,
Rubens Lara.
O presidente da CETESB afirmou que o novo laboratório
vai contribuir para que a agência ambiental
paulista "se mantenha na liderança do
setor, na América Latina e Caribe" e
lembrou que a companhia já possui um laboratório
para análise de poluentes orgânicos,
mas que a análise de dioxinas e furanos exige
condições bastante específicas
de infra-estrutura e segurança operacional.
Poluentes orgânicos persistentes
As dioxinas e furanos fazem parte do grupo dos poluentes
orgânicos persistentes, conhecidos como POPs,
e são subprodutos não-intencionais
de processos industriais e de incineração
de resíduos perigosos e hospitalares, sendo
formados, também, em queimadas e na combustão
em veículos, especialmente os movidos a diesel.
As
emissões podem ser transportadas
a longas distâncias por correntes
atmosféricas e, de forma menos intensa,
pelas águas dos rios e das correntes
marinhas. Esses poluentes são altamente
tóxicos, resistentes à degradação
e estáveis no ambiente aquático
e terrestre. Dentre os efeitos adversos
à saúde, podemos citar a toxicidade
dérmica, a imunotoxicidade e os efeitos
na reprodução, com ação
teratogênica, endócrina e carcinogênica.
Os POPs caracterizam-se, ainda, pela capacidade
de se bioacumularem nos tecidos humanos
e de outros animais, principalmente os tecidos
adiposos, e por terem suas concentrações
biomagnificadas na cadeia trófica.
Esses poluentes se concentram no leite materno,
colocando em risco a saúde dos recém-nascidos
e os consumidores de leite de origem
animal. Podem também funcionar como
mimetizadores de hormônios e, dessa
forma, são desreguladores endócrinos,
alterando a produção hormonal
e, conseqüentemente, o sistema endócrino.
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Pedro
Calado
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Existe uma preocupação maior com as
mulheres, pois devido à bioacumulação
desses compostos, que promovem alterações
dos níveis hormonais, coloca-se em risco
as futuras gerações. A sua ação
sobre o organismo humano decorre da ingestão
alimentar (carne, peixes e laticínios), contato
dérmico e inalação.
O novo laboratório da CETESB vai representar
um avanço na área de tecnologia ambiental,
oferecendo autonomia na detecção desses
poluentes. Entre os equipamentos que serão
instalados, inclui-se um espectrômetro de
massa de alta resolução, recebido
do governo japonês em um programa de cooperação
internacional, com valor aproximado de US$ 800 mil.
Fonte: Cetesb – agência
ambiental do Estado de São Paulo (www.cetesb.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Mário Senaga)
Fotos: Pedro Calado
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