|
EXPOSIÇÃO
EM LONDRES QUESTIONA A CIDADANIA NO MUNDO
SEM FRONTEIRAS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Janeiro de 2005
|
 |
19/01/2005 Obras
produzidas por artistas de 11 países apresentam
uma perspectiva crítica sobre os limites
dos direitos garantidos por estados e nações.
O que torna um homem cidadão? Se ser cidadão
é pertencer a um estado ou a uma nação,
que cidadania resta a quem não pertence a
território algum? Que direitos o século
XXI reserva aos refugiados? Estas e outras questões
são tratadas na exposição Citizens
(Cidadãos), uma aventura conjunta de artistas
plásticos de onze países que se apresenta
ao público pela primeira vez neste 21 de
janeiro, em Londres, na Inglaterra. A exposição,
que deve desembarcar em São Paulo em 2006,
tem curadoria do sociólogo Laymert Garcia
dos Santos, integrante do Conselho Diretor do ISA.
O evento une e articula em espaços temáticos
trabalhos de criadores do Brasil, França,
Inglaterra, Itália, Irlanda, Canadá,
República Tcheca, Suécia, Rússia,
China e Índia. A fotógrafa Claudia
Andujar, suiça naturalizada brasileira, participa
com um ensaio sobre o povo Yanomami chamado "Marcados
para viver, Marcados para morrer". O ensaio
é composto por quatro fotos feitas durante
campanha de vacinção, em 1981, na
Terra Indígena Comunidade do Erico. A cor
das imagens foi reinterpretada em 1989, para campanha
contra a invasão de garimpeiros na TI Yanomami.
Os artistas da exposição abordam diferentes
aspectos da crise que a cidadania – o conceito produzido
e depurado pelas revoluções francesa,
inglesa e americana dos séculos XVII e XVIII
– enfrenta nos dias de hoje. Isso porque a cidadania
como a conhecemos tem origem na consolidação
de estados e nações e nos direitos
concedidos a seus integrantes. Ou seja, nos últimos
duzentos anos, um homem é considerado cidadão
por pertencer a um território nacional. É
dessa relação que nascem os direitos
individuais e os coletivos.
Mas, neste princípio de século, quando
as fronteiras políticas, econômicas
e culturais estão sendo redefinidas e o mundo
está cada vez mais globalizado, povoado,
multicultural e tecnológico, a própria
cidadania está posta em xeque. “O quão
sensível a arte contemporânea é
em relação a estas mudanças?
Quais tensões estão sendo reveladas
ou denunciadas pelos artistas em suas experiências
atuais de cidadania?”, pergunta Laymert Garcia dos
Santos. Entre as obras, feitas em fotografia, pintura,
instalações, vídeo e recursos
digitais, muitas foram concebidas especialmente
para a exposição. É o caso
da instalação feita pelo fotógrafo
brasileiro João Ripper, que mostra a semelhança
entre as condições de trabalho dos
mineiros que extraem alumínio das minas brasileiras
e a escravidão.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Oswaldo Braga de Souza)