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LICENCIAMENTO
AMBIENTAL PODE ESCLARECER DÚVIDAS
SOBRE INTEGRAÇÃO DE BACIAS,
DIZ CARVALHO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2005
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17/01/2005 - O presidente
do Comitê da Bacia Hidrográfica do
São Francisco, José Carlos Carvalho,
disse hoje que o processo de licenciamento ambiental
da integração da bacia do São
Francisco às bacias dos rios do Nordeste
ainda pode esclarecer qualquer dúvida em
relação à viabilidade do projeto.
O licenciamento é o último passo antes
do início das obras. O Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) deverá concluir o processo até
março.
Carvalho participou hoje da reunião do Conselho
Nacional dos Recursos Hídricos, na qual foi
aprovada nota técnica da Agência Nacional
de Águas (ANA), que afirma haver disponibilidade
hídrica para a integração.
"Essas questões merecem ainda algum
esclarecimento, e nós esperamos que esse
esclarecimento possa ocorrer no âmbito do
licenciamento ambiental que está sendo conduzido
pelo Ibama", afirmou Carvalho, que foi o último
ministro do Meio Ambiente no governo Fernando Henrique.
Carvalho disse que o comitê diverge do mérito
do projeto, no âmbito do que chamou de custo-oportunidade.
"O projeto prevê, por exemplo, que 80%
das águas que serão transferidas pelo
Eixo Norte serão utilizadas para irrigação.
Nesse exato momento, pelos dados da própria
Codevasf, que é o órgão do
governo de desenvolvimento da bacia hidrográfica
do rio São Francisco, nós temos conhecimento
de que há 180 mil hectares de perímetro
irrigado inacabado. Isso, no meu entendimento, representa
uma discussão de mérito inclusive
com relação ao custo-oportunidade
do empreendimento que deve ser levado ao debate
da sociedade brasileira", ressaltou o presidente
do comitê.
Carvalho destacou que o comitê concorda com
a utilização da água para abastecimento
humano e para matar a sede dos animais. "Ficou
claro, por todas as avaliações feitas
até agora, que no caso do Eixo Leste há
um comprovado déficit hídrico para
abastecimento humano e dessedentação
de animal, o que, em tese, revelaria a viabilidade
desse empreendimento relativamente ao Eixo Leste",
admitiu.
Carvalho, no entanto, disse que não há
consenso sobre a viabilidade para os dois tipos
de uso no caso do Eixo Norte. "Nós esperamos
que, no licenciamento ambiental, isso possa ser
discutido. E, eventualmente, até com a conclusão
de que, embora seja uma obra necessária para
o futuro, ela não tem a urgência com
a qual está sendo tratada neste momento",
concluiu.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Lana Cristina