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VESTIBULAR UNIFICADO PARA
ESTUDANTES INDÍGENAS NO PARANÁ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2005
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19/01/2005 Com objetivo
de democratizar o acesso ao ensino superior público
do país de populações indígenas,
está sendo realizado o quarto vestibular
unificado para estudantes indígenas, na Universidade
Estadual de Maringá (UEM). As 23 vagas foram
disponibilizadas pelas seis universidades estaduais
e uma Federal do estado do Paraná. Participam
do vestibular cento e vinte estudantes indígenas
do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Mato Grosso, Amazonas e Pará.
Na terça-feira, dia 18, foi feita uma avaliação
de Língua Portuguesa Oral. Segundo os coordenadores
do vestibular, deve observar como eles lêem
e interpretam na língua portuguesa, pois
os kaingang, por exemplo, só aprendem o português
quando entram na escola.
Um dos candidatos que concorrem a uma vaga para
o curso de Administração é
o indígena Neuli Kasyrygue kaingang, 21 anos,
eleito no último pleito como vereador do
município de Nova Laranjeiras (PR), e representa
os povos indígenas da Aldeia Rio das Cobras.
Para ele, o vestibular é importante para
a comunidade indígena que nos últimos
anos teve um progresso muito grande em quase todos
setores: - “essa preocupação das universidades
com as comunidades indígenas, criando vagas
é um incentivo para os jovens que já
podem ter uma visão de futuro: uma graduação,
abrindo mais o leque para as comunidades indígenas
estudarem” destacou o estudante. E confiante, já
adianta: “se for aprovado não vou desistir
da carreira política, vou conciliar com vida
acadêmica, pois não temos mais tempo
a perder” conclui.
A responsável pelo setor de Educação,
da Administração Regional da Fundação
Nacional do Ìndio em Londrina, Célia
Maria Simões diz que o vestibular para indígenas
tem que ser diferenciado e, aponta uma das razões
mostrando duas jovens indígenas que vieram
fazer o vestibular trazendo os filhos. “È
isso que os torna diferentes, é louvável
a ação das universidades do Paraná,
só que precisam ter mais experiência
para receber esse público que é totalmente
diferente do que eles recebem há mais de
quarenta anos”, destaca. Hoje nas universidades
estaduais do Paraná estão matriculados
e freqëntando vários cursos de graduação,
33 acadêmicos pertencentes as etnias Kaingang
e Guarani. A partir de março serão
mais 23.
Essa parceria entre Funai e Universidade Federal
do Paraná (UFPR), foi concretizada dia 17
de novembro, quando a Coordenadora-Geral de Educação,
Maria Helena Fialho, recebeu o Reitor da Carlos
Augusto Moreira Junior, que veio a Brasília
especialmente para propor essa parceria, objetivando
a inclusão de indígenas de outros
estados na Universidade Federal do Estado. Concluindo
então, que os índios habilitados,
do Estado do Paraná, ou de outras unidades
da Federação, terão apoio acadêmico
psico-pedagógico implementado pela UFPR,
em conjunto com a Funai, que constituirá
comissão especificamente para esse fim.
Fonte: FUNAI – Fundação
Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa