|
BOFF DEFENDE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COM JUSTIÇA
SOCIAL E ECONÔMICA
Panorama
Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Janeiro de 2005
|
 |
27/01/2005 – A preocupação
com o desenvolvimento sustentável cresceu
nos últimos anos, mas o conceito já
está superado, alertou o teólogo e
ex-frade franciscano Leonardo Boff no 5º Fórum
Social Mundial. Segundo ele, não se pode
mais continuar a defender apenas o desenvolvimento
que não esgota os recursos naturais. É
preciso buscar, primeiro, a sustentabilidade do
ser humano, e isso inclui justiça social
e econômica e o resgate de valores éticos
e espirituais.
"Mais da metade da humanidade está excluída.
A injustiça social é a injustiça
ecológica contra o ser humano", disse
Boff para uma platéia de mais de 800 pessoas
durante a divulgação, no fórum,
da "Carta da Terra", um documento com
princípios éticos elaborado por ambientalistas
e movimentos sociais para guiar a sociedade e os
governantes.
Boff criticou o modelo de desenvolvimento econômico
mundial e o agronegócio brasileiro. O Brasil,
segundo ele, é o grande país das monoculturas
- café, soja, cana, cítricos. "Isso
está destruindo a qualidade do solo e impedindo
a manutenção da diversidade",
comentou. Para ele, a sociedade precisa se despedir
do modelo de desenvolvimento que não é
socializado e adotar um novo conceito de sustentabilidade,
que não tenha origem na área econômica,
mas venha da área biológica, que percebe
a interdependência de todos os seres.
A idéia de elaboração de uma
"Carta da Terra" surgiu na Conferência
da ONU sobre meio-ambiente realizada no Rio de Janeiro
em 1992, mas, na época, não havia
consenso entre os ambientalistas em relação
à incorporação ao conceito
de ecologia de idéias como justiça
social e econômica e espiritualidade. A "Carta
da Terra" está sendo distribuída
em escolas e espaços comunitários,
e os movimentos sociais estão se mobilizando
para que ela seja adotada pela ONU.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Márcia Detoni