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FÓRUM
SOCIAL: ÍNDIOS PROTESTAM CONTRA O
GOVERNO EM MANIFESTO
Panorama
Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Janeiro de 2005
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Porto Alegre – Nações
indígenas representadas pela Coordenação
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (Coiab), pelo Conselho
Indígena de Roraima e pela Associação
dos Povos Indígenas do Nordeste e Minas Gerais
(Apoinme) apresentaram à imprensa hoje um
manifesto contra o governo brasileiro no Fórum
Social Mundial (FSM), em Porto Alegre.
O documento, distribuído em uma coletiva
de imprensa na Usina do Gasômetro – onde está
montada toda a estrutura para jornalistas credenciados
– afirma que os indígenas estão "cansados
de enviar documentos e bater nas portas dos gabinetes
governamentais sem que haja respostas para a solução
dos graves problemas" por eles enfrentados.
Segundo o texto, apenas 11 terras indígenas
teriam tido seus limites declarados nos últimos
dois anos. "Uma média pior ainda do
que o governo Fernando Henrique, que foi medíocre",
diz o antropólogo do Ministério Público
Federal Marco Paulo Fróes Schettino.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário
(Cimi), de um total de 841 terras indígenas
conhecidas, apenas 311 foram registradas (36,98%)
até hoje. O registro é o último
estágio do processo para regularizar definitivamente
uma área indígena e, antes, ela deve
ser reservada, ficar em processo de identificação,
ser identificada, declarada e homologada para, finalmente,
ser registrada. Apenas 58 áreas estão
homologadas atualmente.
Anastácio Peralta, liderança indígena
Guarani-Kaiowá, que esteve no lançamento
do manifesto, disse que "um povo não
se mata apenas à bala: você tira sua
terra, sua religião, sua cultura e sua identidade.
Esse é o genocídio que acontece hoje".
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
André Deak