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IBAMA CONSIDERA
VÁLIDA E LEGAL AUDIÊNCIA PÚBLICA
SOBRE INTEGRAÇÃO DO SÃO
FRANCISCO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2005
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26/01/2005 - O Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) conseguiu cassar a liminar
impetrada pelo governo do estado de Minas Gerais
e o Ministério Público estadual e
realizou a quinta audiência pública
sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Projeto
de Integração do Rio São Francisco
a Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional,
em Belo Horizonte. O encontro, no entanto, foi aberto
e encerrado oficialmente ontem sem debates.
Na noite de ontem, pelo menos 350 manifestantes
fizeram o enterro simbólico da ministra do
Meio Ambiente, Marina Silva, e do ministro da Integração
Nacional, Ciro Gomes. A principal reivindicação
é que o estudo aborde as conseqüências
da integração para o estado de Minas.
Pelo Ibama, a audiência foi considerada válida
e legal e só com a conclusão da rodada,
o processo será avaliado e apresentados novos
rumos, como a possibilidade de mais uma audiência
no estado.
"Como o governo não aceitou as nossas
reivindicações, inviabilizamos a audiência",
disse Maria Dalci Ricas, superintendente executiva
da Associação Mineira de Defesa do
Ambiente (Amda). Segundo ela, a Resolução
0186 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama),
que regulamentou o artigo da Constituição
Federal que prevê as audiências públicas,
determina a realização de estudos
abrangendo toda a baía.
"No caso do São Francisco, isso ainda
é mais verdadeiro porque a maior parte da
bacia está em Minas Gerais e o estado é
responsável por 73,5% da água na calha
do rio, enquanto a Bahia joga 20% na calha. Por
incrível que parece, o estudo não
tem uma vírgula sequer sobre Minas Gerais,
sobre impactos negativos ou positivos", afirmou.
Dalci defendeu maior participação
da sociedade nas audiências. De acordo com
ela, pescadores de Pirapora, Paracatu e Januária,
a mais de 800 quilômetros de Belo Horizonte,
não se deslocariam até o local. A
superintendente da Amda disse que sugeriu ao Ibama
a realização de pelo menos seis encontros,
mas recebeu como resposta a informação
de que já haveria um em Belo Horizonte.
"Não temos nenhum motivo para aceitar
uma audiência pública como essa, que
apenas daria um caráter de legalidade ao
processo de licenciamento. Queremos, no mínimo,
três audiências que permitam participação
maior dos mineiros neste processo de discussão",
disse.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Keite Camacho