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ÍNDIOS
TERÃO AUDIÊNCIA PÚBLICA
SOBRE TRANSPOSIÇÃO DO SÃO
FRANCISCO
Panorama
Ambiental
Salgueiro (PE) – Brasil
Janeiro de 2005
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Os índios
das tribos truká, do município de
Cabrobó (PE), e tumbalalá, de Curaçá
(BA), receberam do Ministério da Integração
Nacional e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
a garantia de que será realizada no próximo
domingo (30), em Cabrobó, uma audiência
pública extraordinária para apresentação
e discussão do projeto de integração
de bacias do São Francisco.
Os índios pediram a reunião extra
durante a quarta audiência pública
realizada no último sábado (22) pelo
Ibama em Salgueiro - sertão central de Pernambuco
- para o licenciamento do projeto de integração
do Rio São Francisco com as bacias hidrográficas
do Nordeste Setentrional. O evento teve duração
de cinco horas.
"Os índios estão defendendo os
interesses deles e querem saber como o projeto vai
afetar as suas comunidades. Isso é bastante
salutar. As audiências servem para que possamos
ouvir os anseios da população. É
importante porque nos ajuda a avaliar o projeto
para que possamos fazer os planos ambientais dentro
da necessidade das comunidades", afirmou o
representante do Ministério da Integração
Nacional, João Urbano Cagnin, coordenador
técnico do projeto São Francisco.
Vestidos a caráter e com maracás (espécie
de chocalho) nas mãos, um grupo formado por
cerca de 200 índios das duas tribos lotou
o auditório da Escola Municipal Dom Malam,
em Salgueiro. Eles moram nas margens do Rio São
Francisco e queriam conhecer mais detalhes do projeto
de integração de bacias. O cacique
Aurivan dos Santos, dos Trukás, perguntou
como será feita a retirada da água
do Velho Chico. "Somos responsáveis
por 87% das 30 mil toneladas de arroz que são
produzidas em Cabrobó. Não sabemos
como vão ficar as nossas plantações
com a retirada da água para os canais do
projeto. Por isso, pedimos uma reunião extra
para as comunidades indígenas daquela área",
explicou.
O Governo Federal já havia alterado o traçado
do projeto original do Canal Norte em cinco quilômetros
para evitar que a água fosse captada na entrada
das terras dos índios Truká. "Aumentamos
o custo do projeto em R$ 30 milhões, mas
foi a forma encontrada para não afetar as
plantações da tribo", disse Urbano
Cagnin. Segundo ele, o traçado atual não
afeta as plantações dos índios
e não provoca nenhum tipo de dano ambiental,
econômico ou social às populações
ribeirinhas, aí incluídas etnias indígenas
da região. "Vamos mostrar isso na audiência
pública do dia 30, em Cabrobó",
disse Urbano.
O Ibama está conduzindo o processo de concessão
da licença ambiental do Projeto São
Francisco, que prevê a realização
de mais quatro audiências públicas.
As próximas estão previstas para hoje
(25) em Belo Horizonte, dia 27 em Salvador, dia
31 em Aracaju e dia 2 de fevereiro em Maceió.
Com informações do Ministério
da Integração Nacional.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)