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SÃO
FRANCISCO: REVITALIZAÇÃO E
ACESSO À TERRA SÃO MAIORES
PREOCUPAÇÕES DE RIBEIRINHOS
Panorama
Ambiental
Salgueiro (PE) – Brasil
Janeiro de 2005
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A revitalização
do Rio São Francisco e a questão das
terras às margens dos canais foram os temas
mais abordados pelos 318 participantes da quarta
audiência pública para o licenciamento
do projeto de integração do rio, promovida
pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) em Salgueiro,
no sábado (22).
O líder sindical Jânio da Silva, da
Central Única dos Trabalhadores (CUT) em
Pernambuco, questionou se o projeto não deveria
ser iniciado apenas depois da revitalização
do rio. O representante do Ministério da
Integração Nacional, João Urbano
Cagnin, disse que o processo de revitalização
já foi iniciado, vai levar pelo menos dez
anos para ser concluído, mas esclareceu que
a integração de bacias pode ser feita
simultaneamente à recuperação
do rio sem problema para o São Francisco.
No ano passado o Ministério do Meio Ambiente
investiu R$ 26 milhões na revitalização.
Para 2005 estão programados nos ministérios
da Integração Nacional e do Meio Ambiente
investimentos da ordem de R$ 110 milhões.
Além disso, o Ministério das Cidades
contratou, no ano passado, R$ 620 milhões
para o saneamento das 86 cidades que margeiam o
São Francisco e seus afluentes, principalmente
em Minas Gerais, que concentram a área mais
poluidora do rio.
O presidente da Federação dos Trabalhadores
em Agricultura de Pernambuco (Fetape), Aristides
dos Santos, quis saber como os trabalhadores rurais
dos quatro estados atingidos pelo projeto - Paraíba,
Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará –
terão acesso à terra. Segundo ele,
o projeto cumprirá o seu papel de levar desenvolvimento
para o semi-árido desses estados, se desenvolver
a agricultura familiar nessas áreas.
Urbano reforçou o compromisso do Governo
Federal com a agricultura familiar e lembrou que
o Incra já concluiu o processo de cadastramento
das populações que serão deslocadas
para a implantação dos dois canais
previstos no projeto. "São 725 famílias,
nos quatro estados, que serão reassentadas",
informou.
Desde maio, um decreto do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva declarou essa área como de
interesse social, o que inibiu a especulação
imobiliária e autorizou o Ministério
do Desenvolvimento Agrário e o Incra a realizarem
os levantamentos fundiários necessários.
Além disso, o Governo Federal anunciou a
destinação para reforma agrária
de uma faixa de cinco quilômetros ao longo
dos canais, sendo 2,5 quilômetros de cada
lado. Essa área corresponde a 310 mil hectares,
sendo pelo menos 50 mil deles agricultáveis.
Com informações do Ministério
da Integração Nacional.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)