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GREENPEACE APÓIA A CARTA DE GOIÂNIA EM DEFESA DAS VÍTIMAS DO CÉSIO 137

Panorama Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Fevereiro de 2005

A Carta de Goiânia lista uma série de exigências das vítimas do maior acidente radiológico do mundo que, quase 18 depois da tragédia, ainda aguardam por indenizações, assistência médica, companhamento psicológico e remédios. O documento foi lançado em debate promovido pela organização no Fórum Social Mundial.
"Acidentes acontecem, seja com grandes reatores nucleares, seja com pequenos aparelhos de radiografia. A atual situação dos contaminados pelo Césio 137 mostra que, quando eles acontecem, o governo não está preparado para lidar com eles e suas vítimas são tratadas como párias”, disse Sérgio Dialetachi, da campanha de energia do Greenpeace.
O documento também alerta a população e as autoridades para as condições precárias em que se encontram a fiscalização e o controle das atividades nucleares e radiológicas no País, deixando o Brasil à beira de um novo acidente como o de Goiânia.
“Em vez de pensar na construção de novas usinas nucleares, o governo Lula deveria estar preocupado em controlar as fontes radioativas já existentes, diminuindo o risco a que a população está submetida”, afirmou Dialetachi.

Leia a íntegra da carta.

FORUM PERMANENTE DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE ACIDENTES
RADIOLÓGICOS E NUCLEARES (FOCAR) . GOIÂNIA- GOIÁS- BRASIL.

V FÓRUM SOCIAL MUNDIAL PORTO ALEGRE- 2005-01-27

CARTA DE GOIÂNIA PELA SAÚDE E CIDADANIA


Em Goiânia- Goiás . Brasil, a negligência das autoridades responsáveis pelo controle de materiais radiológicos e nucleares permitiu que uma cápsula de Césio-137, substância radiotiva, permanecesse irresponsavelmente abandonada nos escrombos de uma Clínica Radiológica demolida, onde era utilizada, sem nenhum dispositivo de segurança ou advertência de perigo.
Encontrada casualmente por populares, a cápsula foi violada sendo, então, liberado seu conteúdo letal. Tinha início, neste momento, em setembro de 1987, o maior acidente radiológico do planeta.
Consumando e agravando sua negligência e descaso para com a saúde pública, o governo, através da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) não deu pleno conhecimento à população sobre a natureza e gravidade dos fatos; e mais que isto, já ciente do perigo mortal, permitiu que centenas de pessoas entrassem em contato direto com materiais contaminados pelo Césio- 137 sem nenhuma proteção. A partir daí a contaminação se alastrou e ficou fora de controle levando, na época, os órgãos oficiais, a calcular em 6.500 o número de pessoas contaminadas direta e indiretamente.
No decorrer destes quase 18 anos desde que o acidente ocorreu, a maior parte das vítimas oficialmente reconhecidas (um número irrisório em relação aos fatos reais) tem sido objeto de assistência paliativa e inadequada. O governo federal, que apenas em 2001 reconheceu, indiretamente, sua responsabilidade pelo acidente, nunca demonstrou vontade política de resolver os problemas gerados pela tragédia de 87 (como sua extensão e profundidade requerem), que comprometerão a vida e a saúde das vítimas até a 3º geração, além de expor Goiás à incomoda convivência com 13 toneladas e meia de rejeitos radioativos, que constituirão constante ameaça par mais 282 anos, pois o Césio- 137 tem um tempo médio de vida de 300 anos.
Não há , até hoje, planejamento nem política pública que contemple os efeitos presentes e futuros do acidente de 87 em toda a sua dimensão, especialmente quando se sabe que o Césio-137 produz seus piores efeitos (tanto em número de vítimas quanto em tipos de doenças) após um período de latência de 30 anos, o que deve ocorrer, em Goiânia, em 2017.
Pior ainda é constatar a intransigência do . discurso científico oficial. que insiste em não reconhecer relação entre a alta incidência de casos de câncer, que está ocorrendo nas populações residentes nas proximidades dos lugares que foram contaminados, e o acidente de 87. Ciência paradoxal que cala durante 18 anos e deixa sem esclarecimento uma sociedade inteira, e repentinamente que negar categoricamente o que visível a olho nu. O correto seria analisar os fatos
humildemente analisá-los como manda a boa ciência.
Considerando a negligência estatal, que gerou a tragédia de Goiânia, e seu descompromissso em relação às vítimas, causa perplexidade as pretensões nucleares do governo quando se sabe que não há, sequer, um controle mínimo efetivo sobre materiais radiológicos no país. Em Goiânia 19 gramas de Césio-137 geraram 13 toneladas e meia de rejeitos radioativos, milhares de vítimas e 300 anos de problemas. E nossa usinas nucleares, se tratadas com a mesma negligência....
As instituições que constituem o FOCAR, representando a sociedade goiana, goianiense e especialmente as vítimas do Césio-137 vem, neste V Fórum Social Mundial trazer aos olhos do mundo a triste lição de Goiânia, denunciar a absurda inércia do governo durante 18 anos e conclamar todos os cidadãos e instituições aqui representadas para que reforcem a luta em prol das vítimas, a fim de que elas sejam finalmente assumidas e tratadas com justiça e dignidade.

Saudações a todos.
Porto Alegre, 26 de janeiro de 2005.

Constituem o FÓRUM PERMAMENTE DE PREVENÇÃO A CONTROLE DE ACIDENTES
RADIOLÓGICOS E NUCLEARES . (FOCAR) as seguintes instituições, que assinam este documento:
Associação das Vítimas do Césio-137
Comissão de Direitos Humanos da OAB-GO
Conselho Regional de Psicologia 9ª. Região . Goiás / Tocantins
Conselho Regional de Técnicos em Radiologia 9ª. Região
Greenpeace
Grupo de Mulheres Negras Malunga
Ministério Público do Estado de Goiás

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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