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INDÍGENAS
DENUNCIAM DESNUTRIÇÃO CRÔNICA
INFANTIL EM ALDEIAS BRASILEIRAS
Panorama
Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Fevereiro de 2005
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Porto Alegre – "A
gente ouve muito os políticos falarem sobre
a diversidade do Brasil, mas muito pouco é
feito para preservar isso", afirmou Marcos
Xukuru, da Associação dos Povos Indígenas
do Nordeste e Minas Gerais (Apoinme), durante o
lançamento de um manifesto contra a atuação
do governo na questão indígena.
"A desnutrição de crianças
é o problema mais grave que enfrentamos,
e a política não tem respondido à
altura", disse Xukuru. Em Dourados (MS), Léia
Aquino Pedro, da aldeia Nhanderu-Marangatu, vive
de perto esse problema. "As crianças
estão morrendo mesmo. O atendimento médico
não está bem, encaminhamos para um
posto uma criança e tínhamos esperança
de que ela voltasse bem, mas quando voltou para
a aldeia, morreu no dia seguinte", contou.
Léia atribuiu o problema à falta de
terra, de espaço. "Em 26 hectares, tem
mais de 600 pessoas. Além desses, tem outro
grupo, de 200 pessoas que vivem em oito hectares",
disse. Sem espaço para plantar, ela contou
que as crianças são atingidas pela
desnutrição e as mães ficam
doentes de preocupação. "Não
sabem se vai ter despejo a qualquer hora, qualquer
barulho elas saem correndo com as crianças".
No Mato Grosso do Sul, segundo Egon Heck, do Conselho
Indigenista Missionário regional, de cada
mil crianças que nascem, 64 morrem. "A
média nacional está em torno de 15
por mil", informou. De acordo com Heck, existe
uma situação bastante generalizada
de deterioração das economias dos
povos e a grande maioria dos índios não
tem mais plantações dentro de suas
terras. "Então eles dependem de programas
de renda básica, etc. Isso faz com que o
nível alimentar caia muito", disse.
Fonte: Agência Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
André Deak e Christiane Peres