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MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE E IBAMA PROPÕEM ALTERNATIVAS
PARA SETOR MADEIREIRO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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(01/02/2005) - Técnicos
dos ministérios do Meio Ambiente, Desenvolvimento
Agrário, Incra e Ibama, reuniram-se hoje,
para discutir as demandas apresentadas pelos madereiros
do Pará e soluções para garantir
o superimento de madeira na safra de 2005, em bases
legais e regularizadas. Convidados a participar
da reunião, os representantes do setor não
compareceram.
O Ministério do Meio Ambiente encaminhou
ao presidente do Sindicato das Indústrtias
Madeireiras do Pará, Luiz Carlos Tremonte,
uma carta com as prospostas para planejar o suprimento
de matéria prima florestal da safra de 2005
e um novo convite ao setor para discutir detalhes
da proposta.
Segue a íntegra
da carta:
Ilmo. Sr. Luiz Carlos
Tremonte
Presidente do Sindicato das Industrias Madeireiras
do Sudoeste do Pará - SIMASPA
Prezado Senhor,
Acusamos o recebimento da sua correspondência,
datada de 25 de janeiro de 2005, em resposta ao
convite formulado por este Ministério para
uma reunião com o setor madeireiro da região
de Santarém para tratar do planejamento do
suprimento de matéria prima florestal da
Safra 2005.
Conscientes da importância
do setor florestal para o Brasil e dos seus graves
problemas estruturais e legais, especialmente na
região Amazônica, o Ministério
do Meio Ambiente e o IBAMA vêm trabalhando,
desde o início desta gestão, na viabilização
de uma solução estrutural e definitiva
que permita o desenvolvimento das atividades madeireiras
em bases sustentáveis no país.
Desde 12 de agosto
de 2003 foi suspensa a aprovação de
Planos de Manejo em terras públicas tendo
em vista a constatação da ilegalidade
de sua aprovação observada após
notificação da Ouvidoria Agrária
Nacional e do Ministério Público Federal.
Atualmente os planos
de manejo em terras públicas só podem
ser aprovados no caso de Unidades de Conservação
de Uso Sustentável e Assentamentos. Os outros
casos carecem de regulamentação que
está sendo proposta no Projeto de Lei de
Gestão de Florestas Públicas.
Na carta que declina
do convite para a reunião, bem como em manifestações
através da imprensa e correspondências
a outros setores do governo, vossas senhorias apontam
duas demandas básicas relacionadas aos planos
de manejo e abastecimento da industria florestal:
* Liberação
de documentos fundiários de 33 áreas
para proposição de plano de manejo
florestal.
Em reunião, realizada em 30 de agosto de
2004 representantes do setor madeireiro de Santarém,
Itaituba e região apresentaram uma lista
de 33 áreas propostas para implementar planos
de manejo florestal. O INCRA realizou o georeferenciamento
das áreas e concluiu que todas incidiam sobre
terras públicas e portanto sem amparo legal
para proposição de plano de manejo
pelos solicitantes.
Além disso várias das áreas
levantadas possuem outros problemas graves como
sobreposição entre as áreas
propostas, áreas de manejo que quando plotadas
a localização não condiz com
a área dos documentos de posse, polígonos
que não fecham entre outros.
* Manutenção
dos Planos de Manejo suspensos.
Dos 26 Planos de Manejo suspensos na região
de Santarém a que Vossas senhorias fazem
referência, nove foram suspensos porque coincidiam
com a área da Reserva Extrativista Verde
para Sempre, criada em 2004. Os demais foram suspensos
pois, tratava-se de planos com exploração
florestal em andamento em terras públicas
baseados em documento fundiário precário.
Na busca de um mecanismo para operação
dos planos de manejo em terras públicas que
tiveram autorização de exploração
em 2004, está sendo desenvolvida no âmbito
governo federal através do MMA, MDA, IBAMA
e INCRA uma proposta a ser apresentada à
representação do setor florestal estabelecendo
as condições para análise e
autorização exclusiva da safra 2005.
Este documento deverá ser discutido durante
o mês de fevereiro.
Apesar de importantes,
as demandas acima levantadas pelo setor, não
respondem aos problemas de abastecimento para a
Safra 2005. Para tanto, o Ministério do Meio
Ambiente em conjunto com o Ministério do
Desenvolvimento Agrário, compromissados com
uma solução de sustentabilidade para
este importante setor, estão trabalhando
em soluções para viabilizar uma safra
abastecida integralmente por matéria prima
de origem legal que incluem três vertentes:
a promoção do manejo florestal nas
áreas de assentamento; o planejamento do
manejo florestal nas florestas nacionais; o aproveitamento
da madeira proveniente de conversões do uso
da terra autorizadas nas áreas de assentamento.
A solução
definitiva e de longo prazo para os entraves atuais
está contida no Projeto de Lei de Gestão
de Florestas Públicas que será encaminhado
ao Congresso Nacional nos próximos dias e
outras ações do Programa Nacional
de Florestas.
Acreditamos que a
melhor forma de enfrentar o grave problema de abastecimento
sustentável do setor florestal no Estado
do Pará é o trabalho conjunto para
formular estratégias de ação
de curto, médio e longo prazo.
Neste sentido, por
orientação da Ministra, reiteramos
o convite para uma reunião para discutir
o detalhamento destas propostas, na próxima
5ª feira, 03 de fevereiro às 14:00 hs
no Ministério do Meio Ambiente em Brasília.
Atenciosamente,
João Paulo Ribeiro Capobianco
Secretário de Biodiversidade e Florestas
Marcus Barros
Presidente do IBAMA
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom