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GOVERNO
ADOTA PLANO DE EMERGÊNCIA PARA EVITAR
NOVAS MORTES DE CRIANÇAS INDÍGENAS
NO MS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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10/02/2005 - O crescimento
da desnutrição entre a população
indígena de Dourados (MS) motivou a adoção
de medidas emergenciais pelo governo federal. O
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome (MDS) vai intensificar a distribuição
de cestas básicas durante seis meses e ampliar
o atendimento dos índios pelo programa Bolsa
Família.
Este ano, duas crianças morreram de desnutrição
em aldeias do Mato Grosso do Sul. A última
vítima foi uma menina de três anos
e 11 meses que morreu nesta terça-feira (8).
No dia 11 de janeiro, morreu um bebê de oito
meses. Em 2004, a desnutrição matou
15 crianças indígenas com menos de
cinco anos no estado, segundo dados da Fundação
Nacional de Saúde (Funasa).
Nesta quinta-feira, o secretário executivo
do MDS, João Fassarela, anunciou a ampliação
da distribuição de cestas básicas
para os índios Guarani-Kaiowá, que
vivem em Dourados. Amanhã, 12 toneladas de
alimentos vão ser enviadas à aldeia
onde vivem 2,3 mil pessoas.
A partir de março, 1,2 mil cestas básicas
vão ser distribuídas regularmente,
durante os próximos seis meses. O MDS também
vai ampliar o programa Bolsa Família, que
atende atualmente apenas 31 famílias indígenas.
A previsão é atender mais 484 famílias
a partir do mês que vem. Segundo Fassarela,
o atendimento dessas pessoas depende da revalidação
do cadastro do programa pela prefeitura de Dourados.
"Nossa intenção é chegar
às 2,3 mil famílias desde que todas
elas se enquadrem nas exigências do programa",
declarou Fassarela.
O secretário executivo ressaltou que esta
é uma ação emergencial para
"socorrer os casos considerados mais graves".
"Não resta dúvida de que nós
temos que ter a médio e longo prazos ações
mais estruturantes de todo o governo", disse
Fassarela.
No ano passado, o índice de mortalidade entre
as crianças indígenas de até
cinco anos chegou a 64 por mil nascidos vivos no
estado do Mato Grosso do Sul. A média nacional,
segundo o Ministério da Saúde, é
de 24,3 por mil nascidos.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Cecília Jorge