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INDÍGENAS
DENUNCIAM DESNUTRIÇÃO INFANTIL
EM ALDEIAS BRASILEIRAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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10/02/2005 – O representante
da Associação dos Povos Indígenas
do Nordeste e Minas Gerais (Apoinme), Marcos Xukuru,
disse que a desnutrição infantil é
o problema mais grave enfrentado pelos índios.
Ele fez a denúncia no Fórum Social
Mundial realizado em janeiro em Porto Alegre.
Também presente ao fórum, Léia
Aquino Pedro, da aldeia Nhanderu-Marangatu em Dourados
(MS), disse que vive de perto o problema. "As
crianças estão morrendo mesmo. O atendimento
médico não está bem, encaminhamos
para um posto uma criança e tínhamos
esperança de que ela voltasse bem, mas quando
voltou para a aldeia, morreu no dia seguinte",
contou.
Léia atribuiu o problema à falta de
terra, de espaço. "Em 26 hectares, tem
mais de 600 pessoas. Além desses, há
outro grupo, de 200 pessoas, que vive em oito hectares",
disse. Sem espaço para plantar, ela contou
que as crianças são atingidas pela
desnutrição e as mães ficam
doentes de preocupação. "Não
sabem se vai ter despejo a qualquer hora, qualquer
barulho elas saem correndo com as crianças".
No Mato Grosso do Sul, segundo Egon Heck, do Conselho
Indigenista Missionário regional, de cada
mil crianças que nascem, 64 morrem. "A
média nacional está em torno de 15
por mil", informou. De acordo com Heck, existe
uma situação bastante generalizada
de deterioração das economias dos
povos e a grande maioria dos índios não
tem mais plantações dentro de suas
terras. "Então eles dependem de programas
de renda básica. Isso faz com que o nível
alimentar caia muito", disse.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
André Deak e Christiane Peres