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AMBIENTALISTAS
PROTESTAM DIANTE DO CONSULADO DOS EUA EM
SÃO PAULO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2005
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16/02/2005 - Representantes
de movimentos sociais, sindicalistas e ambientalistas
manifestaram-se diante do Consulado Geral dos Estados
Unidos, comemorando a entrada em vigor do Tratado
de Quioto e protestando porque esse país
não aderiu ao acordo. Eles entregaram uma
carta endereçada ao presidente George W.
Bush. E de um carro de som simulando a arca de Noé,
manifestantes do Greenpeace arremessaram uma bóia
com a inscrição Kyoto Protocol, que
um ator, representando Bush, se recusava a pegar.
O protocolo de Quioto nasceu da Convenção
Sobre as Mudanças Climáticas, assinada
durante a Eco-92, reunião realizada no Rio
de Janeiro. A meta é diminuir as emissões
dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
Segundo Rubens Born, diretor do Instituto para o
Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz Vitae Civilis,
que organizou a manifestação, as entidades
lamentam a ausência dos Estados Unidos no
protocolo, porque o país é responsável
por 25% da emissão dos gases. "Queremos
lembrar que tanto os países ricos quanto
aqueles em desenvolvimento têm que começar
a proteger o clima da Terra, implementando programas
de energia renovável, diminuindo o desmatamento.
Ou seja, há responsabilidades comuns".
Para os ambientalistas o Protocolo de Quioto é
o primeiro e modesto passo com o objetivo de reverter
os prejuízos climáticos, mas é
a única medida existente e já conseguiu
reunir 140 nações. A meta global para
a redução dos gases é de 5%,
embora os cientistas, segundo Born, recomendem corte
de 60%. "Essa meta estabelecida já está
comprometida pela recusa dos Estados Unidos em aderir
ao protocolo. Isto é imoral e injusto com
os outros países que terão que adaptar
sua economia e sistema de transporte, entre outros.
Os Estados Unidos se beneficiarão sem fazer
nada", afirmou Born.
O ônus será transferido para as gerações
futuras, de acordo com o organizador da manifestação.
"Quanto mais os Estados Unidos se atrasarem,
mais o mundo continuará se aquecendo. Em
algum momento, quando os outros países também
tiverem metas obrigatórias de redução
de gases do efeito estufa, vão ter ônus
maior, porque os Estados Unidos não aderiram
agora". Born disse acreditar que tanto a pressão
externa quanto a da sociedade americana podem influenciar
na adesão do país ao protocolo, já
que a recusa é específica do governo
Bush. "Governos de cidades, estados, uma série
de empresas e organizações não-governamentais
dos Estados Unidos querem que o país entre.
Nós achamos que dependerá de uma maior
mobilização doméstica naquele
país", afirmou.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Flávia Albuquerque