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AUSÊNCIA
DOS ESTADOS UNIDOS NÃO INVIABILIZA
O ACORDO INTERNACIONAL
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Fevereiro de 2005
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15/02/2005 - O Protocolo
de Quioto entra em vigor amanhã (16), com
uma série de eventos que marcarão
em vários países o esforço
mundial para redução do aquecimento
global. No Rio de Janeiro, será realizado
um painel com a participação de especialistas
em meio ambiente, na Sociedade de Engenheiros e
Arquitetos do estado, no bairro da Glória.
Entre outros temas será debatida a criação
do mercado brasileiro de créditos de carbono.
A informação é do presidente
do Instituto Brasil do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Haroldo Mattos
de Lemos. Ele espera que o acordo ajude a reduzir
os efeitos das mudanças climáticas
que já são sentidas no mundo. Entre
os casos registrados em função do
aumento da temperatura global Lemos citou o degelo
na Antártica, no Ártico e na Groenlândia,
a elevação do nível do mar
e as tempestades tropicais. "São sinais
do aquecimento que tivemos nas últimas décadas
e isso está causando prejuízos cada
vez maiores no mundo inteiro". No caso do Brasil,
lembrou a ocorrência do furacão "Catarina",
em Santa Catarina, em 2004, que causou um estrago
grande na região.
O presidente do Instituto Brasil descartou a tese
de que a recusa dos Estados Unidos em assinar o
protocolo possa minar de alguma forma os esforços
que são empreendidos. O protocolo foi ratificado
até agora por 136 países, de acordo
com informação do Centro de Informações
das Nações Unidas para o Brasil no
Rio de Janeiro, e determina que 36 países
industrializados reduzam em 5,2% as emissões
de gases causadores do efeito estufa entre 2008
e 2012, tomando por base as emissões registradas
em 11000.
Lemos esclareceu que os Estados Unidos têm
uma proposta diferente. Eles querem que os países
em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil,
tenham também reduções obrigatórias.
Ocorre que quando foi feita a Convenção
das Mudanças Climáticas, em 1992,
ficou estabelecido que numa primeira fase isso caberia
apenas aos países industrializados, relacionados
no Anexo 1 da Convenção.
Esses países respondiam naquela época
por mais de 80% dos gases de efeito estufa que tinham
sido lançados na atmosfera. Numa etapa seguinte,
entrariam os países menos desenvolvidos.
Os Estados Unidos questionam essa decisão,
informa Lemos.
Ainda com relação aos Estados Unidos,
Lemos disse que existem estados americanos que têm
leis até mais rigorosas do que o próprio
Protocolo de Quioto e várias companhias norte-americanas
estão prontas para participar do mercado
de carbono. Na sua opinião, a decisão
do governo George W. Bush em não participar
do acordo é mais de cunho político.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Alana Gandra