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CALADA MAIS UMA VOZ DE DEFESA DOS POVOS DA FLORESTA

Panorama Ambiental
Anapu (PA) – Brasil
Fevereiro de 2005

Irmã Dorothy Stang é assassinada a sangue frio no Pará

12-02-2005 - A missionária americana Dorothy Stang, 73 anos, foi assassinada hoje de manhã com 3 tiros no Travessão do Santana, município de Anapu, no Pará, 16 anos depois da morte de Chico Mendes. O crime aconteceu quando irmã Dorothy, como era conhecida, seguia para o Projeto de Desenvolvimento Sustentado (PDS) Esperança, junto com mais companheiros. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, estão em Anapu neste momento.

A ministra Marina Silva, que estava em Porto de Moz participando de reunião para implementação da reserva extrativista Verde para Sempre, afirmou que não há relação direta entre a criação da resex e o assassinato de irmã Dorothy, mas que o crime pode ser uma tentativa de intimidar o governo federal em sua política de criar áreas protegidas e fortalecer as comunidades tradicionais da Amazônia. Emocionada, Marina Silva disse que o governo não vai recuar e nem ser intimidado por criminosos. “O sangue da irmã Dorothy vai regar a reserva Verde para Sempre”, declarou. A ministra disse ainda que já pediu investigação rigorosa do governo do
Pará, inclusive com a participação da Polícia Federal. Irmã Dorothy vivia há mais de 30 anos na região da Transamazônica e dedicou quase a metade de sua vida a defender os direitos de trabalhadores rurais contra os interesses de fazendeiros e grileiros da região. Desde 1972, ela trabalhava com as comunidades rurais de Anapu pelo direito a terra e por um desenvolvimento sem destruição da floresta.

Trabalhava intensamente na tentativa de minimizar os conflitos fundiários, principalmente a grilagem de terras e a extração ilegal de madeira. Por causa disso, chegou a ser acusada, em 2001, de instigar a violência no município e recebeu inúmeras ameaças de morte nos últimos anos por causa de sua luta pela preservação da Amazônia. Também fez diversas denúncias sobre a participação de policiais civis e militares na expulsão de trabalhadores a mando de fazendeiros e grileiros da região.
“A defesa da Amazônia continua sendo regada com o sangue dos justos. Irmã Dorothy defendia como poucos o patrimônio nacional dos ataques dos grileiros e tentava, de maneira incansável, que o Estado se fizesse presente em regiões remotas da Amazônia”, disse Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia, do Greenpeace, que está em Anapu.

Nos últimos 12 meses, o Ministério Público enviou 10 representações sobre as ameaças contra irmã Dorothy e outras lideranças de Anapu para o Secretário Especial de Defesa Social, Manoel Santino Nascimento Junior, pedindo medidas para garantir a integridade física dos ameaçados.
“Mesmo sabendo dos riscos que irmã Dorothy corria, o governo do estado do Pará não tomou uma medida para garantir sua segurança”, disse Adário. “É inaceitável que os marginais continuem imperando na Amazônia, silenciando a voz daqueles que defendem a preservação e os povos da floresta contra os interesses de grileiros, madeireiros e fazendeiros que operam ilegalmente na região”.

O Pará apresenta o maior índice de assassinatos ligados às disputas de terra. Entre 1985 a 2001, quase 40% as 1237 mortes de trabalhadores rurais no Brasil aconteceram no Pará. Não é a toa que o Pará é o estado campeão de desmatamento ilegal, exploração de madeira, grilagem de terras, trabalho escravo e palco de escandalosas denúncias de abuso aos direitos humanos, conforme descrito no relatório “Pará: Estado de Conflito”, lançado pelo Greenpeace em outubro de 2003.

Notas:
O Ministério Público Federal vai pedir ao Superior Tribunal de Justiça que o assassinato de irmã Dorothy seja considerado um crime contra os direitos humanos.

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Foto: Greenpeace

 
 
 
 

 

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