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CIRO GOMES DIZ, NO PROGRAMA
RODA VIVA, QUE OBJETIVO DA INTEGRAÇÃO
É DAR SEGURANÇA HÍDRICA
AO SEMI-ÁRIDO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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15/2/2005 - O ministro
da Integração Nacional, Ciro Gomes,
disse ontem (14), no programa Roda Viva, da TV Cultura,
que o projeto de integração do Rio
São Francisco com as bacias hidrográficas
do Nordeste Setentrional tem como objetivo central
o de dar segurança hídrica à
população do semi-árido. "Essa
é a essência do projeto e o objetivo
estratégico do governo. Lateralmente, e só
lateralmente, permitirá a expansão
da fronteira", afirmou o ministro, que anunciou
investimentos de R$ 140 milhões para a conclusão
dos projetos de irrigação já
iniciados na bacia do São Francisco.
Esses recursos vão permitir a incorporação
de mais 62 mil hectares de terras em projetos de
irrigação, em vários Estados.
Só no projeto Jaíba (norte de Minas),
vão ser mais 13 mil hectares. "A conclusão
das obras de irrigação já iniciadas
é outro objetivo estratégico",
afirmou Ciro Gomes, lembrando que uma prioridade
não impede e nem está condicionada
à outra.
Sabatinado por Paulo Markun, da TV Cultura, Bernardino
Furtado, do Estado de Minas, Eduardo Nunomura, do
O Estado de São Paulo, Fernando Rodrigues,
da Folha de S. Paulo, e Maria Cristina Fernandes,
do Valor Econômico, Apolo Heringer Salles,
coordenador do Projeto de Recuperação
do Rio das Velhas e do São Francisco, e João
Suassuna, agrônomo e pesquisador da Fundação
Joaquim Nabuco, Ciro Gomes explicou em detalhes
o funcionamento da integração de bacias,
a sinergia hídrica, e a distribuição
de água para as populações
do Nordeste, a revitalização do rio.
Escassez
de água
"Concretamente, vai ser feita a captação
de 26 m3/s para o abastecimento humano e dessedentação
animal no semi-árido setentrional, beneficiando
12 milhões de pessoas. A outorga firme é
essa. O governo está pedindo, também,
que quando a barragem de Sobradinho estiver vertendo
também se possa tirar parte, até um
total de 63 m3/s, desse excedente que estará
sendo desperdiçado e vai todo para o mar,
para guardar em nossos açudes", disse.
O ministro respondeu a questões levantadas
pelo pesquisador João Suassuna e pelo médico
Apolo Heringer, de que há água sobrando
no semi-árido. "Ninguém pode
negar que falta água no Nordeste. Isso é
incontestável, os números mostram
que o índice de disponibilidade hídrica
garantida nessa área é de 500 m3/s,
bem abaixo dos 1.500 m3/s que a ONU considera mínimo
necessário para a sustentabilidade humana.
Campina Grande, com 400 mil habitantes, passa com
freqüência pelo racionamento de água,
beirando o colapso. E Fortaleza, com 2 milhões
e 300 mil habitantes, já ficou sem nenhuma
água", exemplificou o ministro.
Revitalização
iniciada
O ministro falou
das providências tomadas pelo governo do presidente
Lula para que a questão da revitalização
do São Francisco não continuasse sendo
um "consenso oco" - todo mundo é
a favor, mas nada de concreto se faz - como antes.
"Estamos investindo maciçamente na revitalização
do rio. No ano passado, foram R$ 27 milhões,
este ano são mais R$ 100 milhões e
na questão do saneamento básico já
foram contratados R$ 621 milhões. Quando
anunciamos o plantio de 200 mil mudas para repor
as matas ciliares devastadas, não faltou
quem dissesse que era muito pouco, mas é
muito mais do que já se fez. São as
primeiras 200 mil mudas replantadas em toda a história
da devastação das matas ciliares do
São Francisco", disse.
E denunciou: "Ainda hoje está se desmatando
o restinho de mata ciliar que ainda tem em Minas,
nas barbas do José Carlos de Carvalho, que
é o secretário de Meio Ambiente em
Minas e o presidente do Comitê de Bacia".
Acesso gratuito
O ministro da Integração
também abordou a democratização
do uso da água que será captada no
São Francisco, ao citar a realização
da reforma agrária em 310 mil hectares de
terras nas margens dos 622 km dos canais que serão
construídos para transportar a água.
Além disso, o Ministério do Desenvolvimento
Agrário e o Incra vão fazer a titulação
fundiária nas margens dos 1.000 km de rios
que serão perenizados. "Nas margens
dos canais, 400 pontos de tomada de água
gratuita atenderam às pequenas e médias
comunidades, que passarão a ter acesso à
água sem custo algum", disse.
Ciro Gomes também falou sobre o processo
de audiências públicas, que teve quatro
realizadas e outras quatro impedidas pelos adversários
da obra. "A etapa das audiências públicas
foi concluída. Agora, o governo aguarda o
licenciamento ambiental do Ibama", disse o
ministro.
O objetivo da integração de bacias
é captar 26 m³/s das águas do
Velho Chico, ou 1% do rio despeja no mar, para abastecer
as bacias dos rios Jaguaribe (CE), Apodi (RN), Piranhas-Açu
(PB e RN), Paraíba (PB), Moxotó (PE)
e Brígida (PE). Essas águas serão
usadas para o abastecimento humano e dessedentação
animal e, somente nos anos hidrologicamente favoráveis,
para o desenvolvimento de atividades econômicas.
Para isso, o empreendimento prevê a construção
de dois canais - o Leste levará água
para Pernambuco e Paraíba, e o Norte, já
denominado de Celso Furtado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, atenderá aos
estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande
do Norte. As captações serão
feitas em dois pontos: em Cabrobó e no lago
da barragem de Itaparica, ambos abaixo da barragem
de Sobradinho.
Fonte:Ministério da Integração
(www.integracao.gov.br)
Assessoria de imprensa