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CPI E FUNAI ACOMPANHAM
APREENSÃO DE ARTESANATO ILEGAL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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15/02/2005 Mais de
mil peças de artesanato indígena brasileiro,
produzidas com partes de animais em extinção,
foram apreendidas nos Estados Unidos, em uma mega-operação
policial que contou com a participação
da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Biopirataria, da Câmara, e da Fundação
Nacional do Índio (FUNAI). A operação,
concluída na semana passada, foi conduzida
pela Polícia Federal brasileira e pela U.S.
Fish and Wildlife Service, conhecida como o "FBI
das Florestas".
O presidente da CPI da Biopirataria, deputado Antônio
Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), esteve nos Estados
Unidos e se surpreendeu com a rede montada para
a produção e a venda ilegais do artesanato.
A rede era chefiada pelo norte-americano Milan Hrabovsky,
o Milano, que é casado com uma amazonense.
Ele já está preso e pode ser condenado
a até cinco anos de prisão.
Via Sedex
Segundo o deputado,
Milano aliciava índios de 30 aldeias da Amazônia
para produzir peças com partes de arara-azul,
gavião real, tamanduá-bandeira e jacaré,
além de cabeças de macaco, dentes
de onças e cascos de tatu e tartaruga, todos
ameaçados de extinção. O material
ilegal era enviado para os Estados Unidos por Sedex,
sem fiscalização dos órgãos
responsáveis.
O próximo passo da investigação
será identificar a conexão brasileira
na rede internacional de pirataria. "Esse material
será periciado e ajudará na investigação
da possível participação de
brasileiros, inclusive de funcionários públicos,
nesse esquema de produção em série",
diz Mendes Thame.
Trabalhos
da CPI
O deputado já
adiantou que os trabalhos da CPI, previstos para
terminar em abril, serão prorrogados. "Nós
ainda temos que ouvir muita gente. A partir desses
depoimentos, vamos ter informações
sobre o conhecimento que as pessoas têm da
legislação, a fiscalização,
o nível de conscientização
ambiental. É preciso investimento para reverter
essa situação", explica.
Ele lembra ainda que a biopirataria é hoje
a terceira atividade ilegal mais rentável
no mundo e movimenta cerca de R$ 90 bilhões
por ano. O Brasil sozinho é responsável
por 30% deste volume.
Fonte: FUNAI – Fundação
Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa