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DEFENSORA
DOS DIREITOS HUMANOS É
ASSASSINADA POR PISTOLEIROS NO PARÁ
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2005
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13/02/2005 A missionária
Dorothy Stang foi morta a tiros em Anapu, no oeste
do Pará, na manhã de ontem, 12 de
fevereiro, quando saía para trabalhar. Há
pelo menos um ano ela vinha recebendo ameaças
de morte por insistir em defender as populações
locais contra a ação ilegal dos grileiros
e madeireiros daquela região da Amazônia.
Considerada um símbolo na luta pelos direitos
humanos no Pará, irmã Dorothy, como
era conhecida, era norte-americana naturalizada
brasileira, tinha 73 anos e estava jurada de morte.
Em notícia publicada ontem pela Agência
Brasil, o Secretário Nacional dos Direitos
Humanos, Nilmário Miranda, responsabilizou
dois pistoleiros conhecidos pelos nomes de Eduardo
e Pogoió pelo crime, a mando de um intermediário
chamado Tinair. O secretário, que viajou
na noite de ontem para Anapu para acompanhar o trabalho
das polícias Civil e Militar na busca dos
assassinos, conheceu irmã Dorothy na última
quinta-feira, 10 de fevereiro, quando esteve em
Belém para discutir estratégias do
Programa Nacional de Proteção aos
Defensores dos Direitos Humanos.
Assassinato
anunciado
Havia mais de um
ano que irmã Dorothy vinha sendo ameaçada
de morte. De acordo com o Greenpeace, o Ministério
Público enviara dez representações
ao Secretário Especial de Defesa Social,
Manoel Santino Nascimento Junior, dando conta das
ameaças contra ela e outras lideranças
de Anapu e solicitando medidas para garantir a integridade
física dos ameaçados.
Há 27 anos, a freira vivia em Anapu e lutava
incansavelmente pelos direitos das populações
locais contra grileiros, madeireiros e fazendeiros
que atuam ilegalmente na região. Agente da
Comissão Pastoral da Terra (CPT), que integrava
desde que a entidade foi fundada, ela trabalhava
no assentamento Esperança do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), distante cerca de 45 quilômetros
da cidade, desenvolvendo um programa de desenvolvimento
sustentado e denunciando invasões.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que estava
na cidade paraense de Porto de Móz para uma
reunião com representantes de ONGs, do governo
e moradores sobre a implementação
da recém-criada Reserva Extrativista Verde
para Sempre, foi avisada do crime e seguiu para
Anapu. De acordo com a Agência Brasil, a ministra
disse em entrevista à TV Nacional, que acredita
que o assassinato foi uma retaliação
às atividades de demarcação
de reservas extrativistas e aos projetos de assentamento
de trabalhadores na região. Ela pediu ao
governador do Pará, Simão Jatene,
que não deixe o crime ficar impune.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa