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“ELA CANSOU
DE CHORAR NO TELEFONE”, DIZEM
COMPANHEIRAS DE DOROTHY STANG
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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17/02/2005 - Anapu
(Pará) – Companheiras de trabalho da missionária
norte-americana e naturalizada brasileira Dorothy
Stang disseram que a religiosa "cansou de chorar
ao telefone, mas ninguém aparecia".
As amigas da freira não quiseram se identificar
porque temem por suas vidas após as quatro
mortes em conflitos ligados à terra no interior
do Pará.
Pessoas próximas à missionária
questionaram a atuação do governo
na região. "E quando o Exército
for embora? Eles tinham que ter vindo antes de acontecer",
contestam. Segundo a Comunicação Social
do Exército, os soldados deverão fornecer
apoio logístico, como transportes e alojamento,
além de segurança a equipes do Ministério
do Trabalho, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do
Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) e das polícias
Federal, Militar e Civil.
Dados parciais da Comissão Pastoral da Terra
(CPT), indicam que 161 pessoas foram ameaçadas
de morte no país, em 2004, em decorrência
dos conflitos agrários. Só no estado
do Pará foram denunciadas 40 ameaças,
entre elas a da agente pastoral Dorothy Stang, assassinada
no sábado (12) em Anapu. Nessa mesma região,
a CPT registra duas outras pessoas ameaçadas
de morte: Domingos Araújo Gomes e Ondino
Ferreira da Conceição, ambos líderes
de movimentos sociais que atuam contra grileiros
e madereiros.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel