 |
INAUGURAÇÃO
DE BOSQUE COMEMORA PROTOCOLO E QUIOTO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
|
 |
15.02.2005 - O Ministério
do Meio Ambiente comemora nesta quarta-feira (16)
a entrada em vigor do Protocolo de Quioto, inaugurando
um bosque com mudas de árvores plantadas
por representantes de cada um dos 141 países
que ratificaram o acordo internacional. O Protocolo,
criado em 1997, estabelece metas de redução
de emissões de gases para os países
desenvolvidos, a serem atingidas no período
de 2008 a 2012.
O Bosque de Quioto será formado por 14 espécies
de árvores nativas do Cerrado e ocupará
uma área no Jardim Botânico de Brasília.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa
da cerimônia, que começa às
10 horas, com embaixadores e representantes dos
países que já aderiram ao protocolo.
O evento tem o apoio dos ministérios da Ciência
e Tecnologia, Relações Exteriores
e Governo do Distrito Federal.
Mudanças Climáticas O agravamento
do efeito estufa, causado, principalmente, pela
queima de combustíveis fósseis (petróleo,
gás natural e carvão mineral), atividades
agrícolas, desmatamentos e queimadas, está
provocando mudanças no clima do planeta.
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC, sigla em inglês),
que reúne mais de dois mil cientistas de
diversos países, essas mudanças podem
levar ao derretimento parcial ou até mesmo
total das calotas polares, provocando o aumento
do nível médio dos mares e alterações
na circulação oceânica.
No caso do Brasil, estima-se que o maior impacto
será na alteração do regime
de chuvas e da temperatura, com conseqüências
diretas sobre a agricultura e a biodiversidade.
A Amazônia poderá perder parte considerável
de suas espécies. A ocorrência de desastres
naturais e de quebras de safra também poderá
se tornar mais freqüente e intensa. O risco
de enxurradas e deslizamentos de terra tenderá
a aumentar.
Protocolo- O Protocolo de Quioto foi o primeiro
passo concreto para combater as mudanças
climáticas globais. Ele prevê a redução
das emissões dos gases que provocam o efeito
estufa por parte dos países industrializados.
Para entrar em vigor, o protocolo precisava ser
ratificado por países responsáveis
por pelo menos 55% das emissões. Essa meta
foi atingida em novembro do ano passado com a adesão
da Rússia, segundo maior emissor de gases
do mundo. O governo dos Estados Unidos, os maiores
emissores, com mais de 36% do total mundial, optou
pela não adesão.
O protocolo estabelece, ainda, três mecanismos
de flexibilização para facilitar sua
implementação: o Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL), a implementação conjunta
e o comércio de emissões. O único
que envolve a participação de países
em desenvolvimento, como o Brasil, é o MDL,
elaborado com base em uma proposta brasileira. O
MDL possibilita a transferência de recursos
e tecnologias limpas de países desenvolvidos
para países em desenvolvimento. Estima- se
que China, Brasil e Índia serão os
maiores receptores desse tipo de projeto.
Embora o Brasil não possua metas, há
um comprometimento voluntário do País
para redução de suas emissões.
O combate às queimadas e ao desmatamento
é o principal desafio brasileiro. O Ministério
do Meio Ambiente tem conduzido ações
que terão reflexo no modelo de desenvolvimento,
na ocupação da terra e no futuro da
Amazônia, bioma com importância fundamental
na regulação do clima global. Entre
as iniciativas governamentais, estão o Plano
de Desenvolvimento Sustentável para a Área
de Influência da BR-163 e o Plano para de
Ação para a Prevenção
e o Controle do Desmatamento Ilegal na Amazônia,
que integram o Plano Amazônia Sustentável.
O novo Programa Nacional de Florestas já
possibilitou o aumento significativo na área
de florestas plantadas. Entre 2002 e 2004, a área
plantada passou de 320 mil hectares para 475 mil
hectares. E a projeção para este ano
é de que a área chegue a 520 mil hectares.
O cultivo de florestas é fundamental para
a fixação de carbono, contribuindo
para a redução dos efeitos do aquecimento
global.
O Brasil também ganhou quase três milhões
de hectares em áreas de preservação
desde 2003, área semelhante a do Estado de
Alagoas. Foram ampliadas, ainda, as áreas
dos parques nacionais Grande Sertão Veredas
(MG/BA) e da Floresta da Tijuca (RJ) e da Estação
Ecológica do Taim (RS). A criação
e consolidação dessas áreas
protegidas contribui para a preservação
de importantes ecossistemas e biomas.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom/MMA