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MANIFESTANTES
FAZEM PROTESTO CONTRA ASSASSINATO DE MISSIONÁRIA
NO CENTRO DO RIO
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Fevereiro de 2005
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18/02/2005 - Representantes
de organizações não-governamentais,
sem-terra, artistas, parlamentares e intelectuais
se reuniram na Cinelândia, no centro da cidade,
nesta sexta-feira, para protestar contra a morte
da missionária norte-americana, naturalizada
brasileira, Dorothy Stang. Ela foi assassinada a
tiros no último sábado no Pará.
Vestidos de branco e com uma faixa preta que simbolizava
o luto pela morte da freira e de lavradores, os
manifestantes pediram o fim da violência no
campo.
Os manifestantes fizeram uma caminhada até
a Praça Mahatma Ghandi, próxima à
Cinelândia, onde foi realizado um ato ecumênico.
Na nota distribuída pelos organizadores,
eles reivindicaram ainda a punição
dos responsáveis pelos assassinatos, a transferência
das investigações para a Justiça
federal, a retomada das terras públicas invadidas
ilegalmente por grileiros, a intervenção
federal no estado do Pará e a inclusão
imediata na pauta de votação do Congresso
da proposta de emenda constitucional que pune o
trabalho escravo.
O presidente do Movimento Humanos Direitos, o ator
Marcos Winter, que promoveu o protesto, defendeu
uma ação mais rigorosa do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva na busca de soluções
que acabem com os conflitos agrários. Para
o presidente do movimento, falta vontade política
do governo. "Esse tipo de ação
não pode continuar em detrimento do fisiologismo
que continua. A gente vê o governo se aliando
com tanta gente por tantas razões, então
que seja por uma razão séria",
ressaltou Marcos Winter.
O ator Osmar Prado, que também participou
do protesto, atribuiu a explosão de violência
à falta da reforma agrária. "Tem
que resolver a questão fundiária,
tem de fazer a redistribuição de terra,
assentar as pessoas, dar condições
técnicas para que elas continuem no campo
e não especulem sobre a própria terra",
defendeu.
De acordo com dados da Comissão Pastoral
da Terra, nos últimos 20 anos mais de 500
pessoas foram vítimas da violência
de madeireiros e latifundiários no estado
do Pará.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Daisy Nascimento