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MECANISMO
DE DESENVOLVIMENTO LIMPO FOI
SUGESTÃO APRESENTADA PELO BRASIL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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16/02/2005 - Com
a entrada hoje em vigor do Protocolo de Quioto,
o Brasil passa a contar com uma compensação
financeira para a redução dos gases
que provocam o efeito estufa. De acordo com José
Miguêz, coordenador-geral de Mudanças
Globais do Clima do Ministério de Ciência
e Tecnologia (MCT), o artigo 12 do acordo o Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL) permite a compra,
por parte dos países desenvolvidos (que têm
metas de redução de emissões
no tratado, ao contrário das nações
em desenvolvimento), de projetos de redução
de emissões implementados no Brasil, por
exemplo.
"O Brasil propôs em 97 este mecanismo.
Não nos furtamos do fato de podermos contribuir
para a redução de emissão de
gases no mundo. O que argumentamos é que
o ônus deve cair sobre os países que
criaram o problema, não sobre o Brasil. O
mecanismo permite que os países desenvolvidos
possam adquirir projetos. Com isso, não tiramos
recurso do social", disse.
Para Marcelo Furtado, diretor de campanhas da organização
não-governamental (ONG) Greenpeace, o protocolo
é um passo importante para o mundo. Ele acrescentou
que, num primeiro momento, a responsabilidade está
sobre os países ricos, que são os
maiores geradores dos gases do efeito estufa. No
entanto, disse que há uma cobrança
sobre o Brasil, por ser "o quarto ou quinto
emissor do planeta, dependendo de como se contabiliza
a emissão".
"Temos uma lição de casa que
é lidar com a questão do desmatamento.
Pelo menos 70% das nossas emissões vêm
do desmatamento e esse é um problema não
só de mudança climática, mas
social, ambiental e que afeta a biodiversidade.
Por isso, dizemos que o Brasil não deve ser
tímido, deve assumir compromissos de redução
das suas emissões, lidando com a questão",
salientou Furtado.
O ministro Everton Vargas, secretário de
Temas Especiais do Ministério de Relações
Exteriores, disse que o tratado representa a primeira
vez em que foram reconhecidas responsabilidades
históricas por parte dos países em
relação a um interesse comum. Ele
destacou o empenho do Brasil na interlocução
junto a diferentes nações, sobretudo
a Federação Russa, para a entrada
em vigor do Protocolo.
Vargas lembrou ainda que a missionária americana,
Dorothy Stang, assassinada no último sábado
no Pará, desenvolvia um trabalho de redução
do desmatamento, buscando combater a exploração
ilegal da floresta e a ocupação ilegal
de terras. "Ela procurava promover um dos objetivos
do acordo que é o desenvolvimento sustentável",
disse.
Em comemoração à entrada em
vigor do Protocolo, o Ministério do Meio
Ambiente inaugurou o Bosque de Quioto, no Jadim
Botânico de Brasília.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Keite Camacho