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NILMÁRIO
PEDE PUNIÇÃO EXEMPLAR PARA
MANDANTES DO ASSASSINATO DE IRMÃ
DOROTHY
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Fevereiro de 2005
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15/02/2005 - O ministro
Nilmário Miranda, da Secretaria Especial
dos Direitos Humanos, pediu "punição
exemplar" para os mandantes do assassinato
da missionária americana Dorothy Stang. Para
ele, "seria intolerável" só
indiciar ou só condenar pistoleiros, porque
eles são armas de aluguel, são pessoas
que tiram a vida de uma pessoa por dinheiro.
"Agora, quem paga, quem mandou fazer esse assassinato
covarde de uma senhora de 74 anos inofensiva, desprendida,
com aquela crueldade? Essas pessoas é que
têm que ser presas. O pistoleiro também,
quem atirou, tem que pagar. Mas quem mandou, quem
armou, quem pôs a arma na mão do pistoleiro
também tem que pagar", afirmou o ministro
em entrevista à Radiobras.
Ontem (14), a Justiça do Pará decretou
a prisão preventiva do fazendeiro Vitalmiro
de Moura, suspeito de ser o mandante do crime. Outros
três suspeitos, dois pistoleiros José
Maria Pereira e Uquelano Pinto, além do suposto
intermediário, Amauri Cunha, também
já tiveram prisão decretada.
O ministro ressaltou que, para impedir a impunidade,
é preciso uma investigação
bem feita. "É difícil indiciar
mandante. É preciso um trabalho bem feito
de inteligência, um trabalho profundo, persistente",
observou. "No Pará, a reclamação
justa, da Comissão Pastoral da Terra, da
Prelazia do Xingu, dos movimentos dos direitos humanos
e da sociedade civil como um todo, é que
normalmente se condenam os pistoleiros e os mandantes
são absolvidos ou não são indiciados",
acrescentou.
Nilmário Miranda participa de reunião,
na Casa Civil, para avaliar as ações
e definir medidas relacionadas ao assassinato da
missionária. Também participam do
encontro o presidente em exercício e ministro
da Defesa, José Alencar, os ministros da
Casa Civil, José Dirceu; da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos; do Desenvolvimento
Agrário, Miguel Rossetto; do Meio Ambiente,
Marina Silva; da Secretaria de Comunicação
de Governo e Gestão Estartégica, Luiz
Gushiken; da Coordenação Política,
Aldo Rebelo; da Secretaria Especial de Aqüicultura
e Pesca, José Fritsch; dos Transportes, Alfredo
Nascimento; da Integração Nacional,
Ciro Gomes; e do Gabinete de Segurança Institucional
da Presidência da República, general
Jorge Armando Félix.
A religiosa foi assassinada no sábado (12),
no município de Anapu (PA). Ela foi atingida
por seis tiros: o primeiro, na nuca, causou morte
instantânea. Mais três projéteis
foram disparados nas costas da freira e dois pela
frente. O crime ocorreu quando Dorothy se dirigia
a um encontro em que iria organizar um mutirão
para construir um salão comunitário
no assentamento Esperança, situado a 45 quilômetros
de Anapu, onde residia há 27 anos.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Juliana Andrade